O antigo porta-voz da UNITA e candidato derrotado no Congresso de 2019, tendo sido o segundo mais votado em cinco concorrentes, perdendo apenas para Costa Júnior, lembrou, neste elencar de mensagens direccionadas para as estruturas do maior partido da oposição, que muitas forças políticas nascem e desaparecem devido a prolongadas crises internas.

"Não nos esqueçamos que as organizações politicas, nascem, crescem e desenvolvem-se e, em função da capacidade das respectivas lideranças, agigantam-se ou fragilizam-se, como aconteceu com muitas forças politicas que sugiram em 1992", sublinhou Sakala nesta mensagem divulgada nas redes sociais.

E foi com este cenário em pano de fundo que o antigo porta-voz da UNITA durante a liderança de Isaías Samakuva, até ao Congresso, entretanto anulado pelo TC, de 2019, que lançou um apelo para que os dirigentes e militantes do partido deixem de lado, especialmente nas redes sociais, que considera um importante "barómetro político e social", os discursos de "agressividade, do populismo e da humiliação", que atribui a "suspeições" que fragilizam e "quebram a autoridade da organização", alimentando a "intolerância interna".

"Deve-se parar a narrativa populista de uns serem `traidores e outros marimbondos". Deve-se parar o discurso, mata, esfola e expulsa", que não dignifica de forma nenhuma a organização", enfatiza.

Nestes "recados" para o seio do seu partido, Sakala admite que possam surgir mais que uma candidatura ao XIII Congresso Ordinário de 2 a 4 de Dezembro próximo, onde, para já, apenas se conhece a candidatura, que hoje, 10, foi apresentada, de Adalberto Costa Júnior.

No entanto, acrescenta que se surgirem "várias candidaturas", espera que ganhe "a melhor", sem clarificar se apoia ou não Adalberto Costa Júnior e se ainda existe a possibilidade de o próprio poder avançar até ao limite do prazo para o efeito, que é 11 de Novembro, "para que se faça do Congresso a festa da democracia interna" da UNITA que sublinha ser "um valor adquirido como cultura política" desta força.

Alcides Sakala, a quem o Novo Jornal procurou, sem sucesso, e em diversas ocasiões, ouvir na qualidade de histórico do partido e candidato que ficou em segundo no Congresso de 2019, desde que foi conhecido o acórdão 700/2021 do TC, onde é anulado o anterior conclave, vem agora nas redes sociais deixar um apelo à direcção que for escolhida a 4 de Dezembro para "construir a coesão, a unidade e o clima de diálogo necessário no seio da organização" para conseguir a vitória em 2022.

Sakala pede ainda que o partido se una "pela memória do Dr. Savimbi" para alcançar a alternância política e que sejam assumidos, com "serenidade" os "objectivos adoptados no momento da fundação da UNITA, em Março de 1966".