O derradeiro dia do conclave que teve a sua razão de ser no acórdão 700/21 do Tribunal Constitucional, que anulou a reunião magna de 2019 devido a falhas detectadas na eleição do presidente da UNITA há dois anos, que era, precisamente Adalberto Costa Júnior.

Esse congresso anulado pelo TC trouxe ainda o obrigatório regresso de Isaias Samakuva ao cargo que tinha deixado em 2019 depois de duas décadas a liderar o partido do "Galo Negro", cuja passagem pela liderança teve, além de polémicas acesas devido ao surgimento de brechas internas, como a que levou à suspensão de José Pedro Katchiungo, candidato derrotado em 2019, por "conspiração" contra Costa Júnior.

As polémicas podem mesmo não parar com a eleição de hoje porque, apesar de o porta-voz do conclave, Rúben SIcato, ter dito várias vezes que não haveria forma de surgirem novas investidas da Justiça contra este congresso, e de Adalberto Costa Júnior ter afirmado ao Novo Jornal que o seu partido vai conseguir vai "conseguir sacudir as interferências do regime", a verdade é que o TC deu entrada de uma providência cautelar que visa interromper o decurso desta reunião magna.

Ao que a organização do congresso reage sublinhando que foram cumpridos todas as exigências legais contidas nos estatutos do partido e na lei dos partidos pelo que não há forma de se repetir um cenário como aquele que levou à repetição desta renovação da liderança de Costa Júnior.

A eleição para aquele que será o candidato da UNITA à Presidência da República começou às 10:30. A tomada de posse e o discurso de encerramento encerram este XIII Congresso Ordinário do maior partido da oposição.

A liderança de Costa Júnior não tem escondido que encara este momento como o relançamento da corrida para a alternância em Angola, contando Adalberto Costa Júnior com a "sua" plataforma eleitoral na qual estão o projecto político PRA-JA Servir Angola, de Abel Chivukuvuku, e o Bloco Democrático.

O tema "plataforma" foi discutido à porta fechada na sexta-feira, segundo dia do conclave, pelo que nada transpareceu para os jornalistas, esperando-se igualmente que esse tema seja clarificado hoje no discurso do novo líder, mas tudo aponta para que se mantenha a construção dessa estrutura política que foi interrompida pelo acórdão do TC no início de Outubro deste ano.

Precisamente como admitiu Ruben Sicato, que disse que este projecto faz parte da moção estratégica de Adalberto Costa Júnior, que na sua qualidade de candidato tem esta frente como algo que quer implementar.

"A Frente Patriótica Unida já foi debatida nas províncias, porque faz parte das teses do partido. Nós quando estamos a fazer um congresso, antes das pessoas se juntarem, elas têm na preferia debates a que nós chamamos conferências provinciais preparatórias", disse Sicato, na sexta-feira.

O segundo dia terminou com os congressistas a realizar trabalhos nas comissões cujas conclusões serão incluídas no comunicado final.

O 3º dia e último dia do XIII Congresso Ordinário começou às 09:00, com a eleição do presidente do Partido prevista para começar às 10:00. Para as 12:00 está marcada a eleição e tomada de posse da Comissão Política.

Depois das 15:00 o novo líder da UNITA tomará posse durante o habitual ritual em que lhe são entregues o cajado, os estatutos e a bandeira do partido e lhe é colocada a faixa de presidente.