A defesa do arguido invocou alteração da medida de coacção, aplicada ao seu constituinte, por excesso de preventiva.
O Ministério Público opôs-se, por considerar que o processo é de carácter violento, mas o tribunal anuiu ao pedido da defesa, libertando o arguido, mediante pagamento de dois milhões de kwanzas para caução carcerária, um milhão para caução económica.
O arguido fica, segundo o tribunal, sob termo de identidade e residência, obrigado a apresentação periódica ao tribunal três vezes por semana e proibido de ausentar-se do país.
A decisão do tribunal não agradou à família da vítima, por entender que a justiça peca em colocar em liberdade, ainda que provisória, um "marginal" que tirou a vida de alguém.
O outro arguido, Anastácio Tchissola, por não estar directamente ligado ao crime de homicídio, responde ao processo em liberdade, por "apenas ser o comprador do telemóvel roubado à vítima".
A vítima era filha de Avelino dos Santos, irmão de José Eduardo do Santos (JES), antigo Presidente da República de Angola.
Carolina dos Santos Cardoso foi assassinada no interior da sua viatura, quando levava os filhos ao colégio, por marginais que a seguiam de motorizada, e que, ao anunciarem o assalto, dispararam à queima-roupa.
O seu assassinato abalou a família dos Santos, conforme disse, na altura, Tchizé dos Santos, filha de JES, que se mostrou consternada nas redes sociais.
A vítima era funcionária da AGT e à data da sua morte tinha 40 anos.
Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC, disse, na altura, que o executor da mulher, ao tentar fugir do local, caiu da motorizada que o transportava e foi morto pelos motoqueiros que os perseguiaram após o assalto.