As suspeitas vieram a público através de uma reportagem transmitida pela TPA na passada segunda-feira, 30, na qual vários cidadãos relataram problemas de saúde - nomeadamente de pele - contraídos a partir do contacto com as águas dos rios Mapunda e Caculuvar, que terão sido contaminados por descargas da fábrica de cerveja N"gola.

De acordo com as informações recolhidas pela televisão pública, as acusações contra a cervejeira não vêm de hoje. No final de Fevereiro a empresa foi multada em 1 milhão e quinhentos e oitenta mil kwanzas pela direcção da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Pescas e Ambiente da Huíla, que concluiu que a mesma escoava águas residuais não tratadas para os rios Mapunda e Caculuvar.

Também em Fevereiro, o Laboratório de Controlo de Qualidade de Água concluiu, por três vezes, que a água proveniente da cervejaria apresentava excesso de químicos para a saúde humana e para a vida aquática.

Os testes indicaram ainda que a água dos rios Mapunda e Caculuvar ficou contaminada, com excesso de amónio e ferro.

Perante estes factos, o poder central decidiu intervir.

Através de um comunicado de imprensa divulgado ontem, 1, o Ministério da Indústria informa que "trabalhará em coordenação com os ministérios do Ambiente e da Saúde, com vista ao apuramento da veracidade dos factos, passíveis de serem enquadrados como "crime ambiental, com impacto na saúde pública".

Na mesma nota, à qual o Novo Jornal Online teve acesso, refere-se que o Executivo, "em conjunto com as autoridades locais, irá realizar uma acção de inspecção de carácter global, com o objectivo de aferir se todas as unidades industriais estão a desenvolver a sua actividade dentro da lei".