As filas intermináveis nas bombas onde há combustível continuam a verificar-se a nível dos postos de abastecimento, o que tem criado muita insatisfação junto dos condutores.
Os mais afectados são os camionistas de longo curso e os taxistas, que para abastecer ficam dias à espera de combustível nas bombas.
Ao Novo Jornal, alguns camionistas que trafegam pelo território do Zaire atestam que "as bombas estão quase sempre sem combustível", sobretudo nos postos fora das localidades.
Entretanto, outros condutores asseguram que para conseguirem abastecer as suas viaturas têm de recorrer ao mercado informal onde o litro chega a custar 600 kz.
Vários populares asseguram que os combustíveis continuam a ser desviados para o país vizinho, facto confirmado pelas autoridades policiais. No entanto, alguns cidadãos dizem que o "combate sem tréguas" ao contrabando de combustível não está a devolver aos postos de abastecimento o normal fornecimento.
Há bombas que estão há quase um mês sem combustível, asseguram os automobilistas.
Miguel Domingos, secretário-geral da Associação dos Transportadores de Mercadorias, diz que a situação é desconfortável e que as autoridades sabem o que se passa.
Em declarações recentes à imprensa, este responsável disse que há pretensão de paralisação das actividades por parte dos transportadores nos próximos tempos.
O Novo Jornal apurou que o "combate sem tréguas" ao contrabando de combustível para a vizinha República Democrática do Congo (RDC) não está a inibir os contrabandistas, que continuam a tentar passar as fronteiras de Angola com o produto para a RDC, país onde o combustível rende lucros milionários aos contrabandistas que comercializam o produto, apesar de as autoridades policiais travarem várias tentativas.
Em Dezembro do ano passado, as autoridades policiais encerraram cinco bombas no Zaire por suspeita de contrabando, mas a situação apenas agravou a escassez do combustível.
Naquele mês, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, disse que "é preciso apertar mais o cerco" ao contrabando do combustível, cujas quantidades apreendidas, em 2024, totalizaram 9,3 milhões de litros.
Segundo as autoridades policiais, o Zaire continua a ser a província angolana com mais casos de contrabando de combustível.