A província de Benguela é a única, até ao momento, que aderiu à greve da função pública, apesar de a Comissão Intersindical dos Sindicatos da Administração Pública ter convocado a greve para todo o território nacional.

Yola Patrícia, primeira secretaria da comissão sindical do Governo Provincial de Benguela, disse ao Novo Jornal que a grave vai no seu segundo dia e que todos os funcionários do governo provincial, administrações municipais e outros departamentos da administração pública a nível local aderiram.

"A paralisação dos trabalhadores do Governo provincial e das administrações municipais é uma resposta dos funcionários face à impossibilidade de diálogo com o Governo", explicou.

A função pública, prossegue, "desde 1997 que não tem uma actualização das categorias e muitas delas já estão fora de contexto".

"A nossa luta é para que haja actualização de categorias e que se conte também o tempo de serviço visto que temos muitos colegas que estão há mais de 30 anos com as mesmas categorias, isso só mostra que a lei não está a ser cumprida", disse.

"Temos assegurados os serviços mínimos, principalmente os dos cemitérios. Fora disso estamos parados, estamos parados porque não temos sido ouvidos pelo Governo central", salientou.

Margarida Renato, de 58 anos, funcionária do Governo Provincial de Benguela disse ao Novo Jornal que trabalha na mesma categoria desde 1985.

"Continuo na mesma categoria e ganho 33 mil kwanzas. Hoje em dia esse valor não é nada. Quando entrei para o Governo provincial era uma jovem e hoje, já senhora e em idade de reforma, verifico que na minha vida nada mudou", lamentou.

Sobre o assunto, o Novo Jornal tentou ouvir o Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, mas não obteve resposta.