"Já ninguém quer apostar na produção de sisal. Vamos aguardar para ver o que o futuro dirá", disse ao Novo Jornal o ancião António Ngueve.
Segundo este ancião, a plantação de sisal só já serve para vedação de residências e lavras.
O município do Cubal, situada a 150 Km da cidade de Benguela, tem as suas atenções viradas para acções que visem a melhoria da imagem da região, mas as que estão em curso, segundo o administrador em exercício, António Andrade (na foto), ainda não enaltecem a região.
"As dificuldades no fornecimento de energia e água são obstáculos ao desenvolvimento do município", reconhece António Andrade.
A barragem de Lomaum fica a 40 Km da cidade de Cubal, mas não abastece de energia eléctrica a cidade.
"Tudo está a ser feito para que, em breve, a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), resolva a situação da nossa cidade", garantiu o administrador em exercício.
Esta é a maior barragem da província de Benguela, construída em 1959, e conta com uma altura de 20 metros e 250 metros de comprimento, mas só fornece energia à cidade de Benguela.
"A barragem está no nosso município, mas não beneficiamos de abastecimento", queixam-se os munícipes.
Seca preocupa
O administrador em exercício lamentou a seca que pôs em causa a sobrevivência de mais de 350 mil habitantes do município.
"Com o surgimento de chuva nos últimos meses, estamos a pôr em prática planos de contingência eficazes para combatermos o impacto negativo provocado pela estiagem", frisou.
António Andrade mostra-se esperançado em inverter o espectro da fome com o surgimento das chuvas.
"Milhares de famílias perderam a sua produção. A fome é notória em todas as comunas", lamentou.
António Andrade manifestou a sua satisfação, frisando que recebeu garantias das autoridades centrais sobre o relançamento do funcionamento do Pólo Agro-industrial do Cubal, paralisado há sete anos.
"O relançamento do Pólo Agro-industrial do Cubal vai dar uma outra vida ao nosso município. Os desafios são maiores", disse.