As autoridades - inspectores da Inspenção Geral do Trabalho (IGT), do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), da Administração Geral Tributária (AGT), do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), do SIC e da Polícia Nacional - deslocaram-se ao centro comercial no âmbito da operação "Trabalho Digno", conduzida por estas instituições.

Os trabalhadores do "Nova Era" queixaram-se de maus tratos, falta de equipamentos de protecção individual, alimentação, dormitórios, assistência médica, salários abaixo do mínimo nacional, além de estarem privados do direito a folgas e férias.

Queixas de cárcere privado e despedimentos ilegais foram as mais ouvidas dos trabalhadores que dizem que há muito esperaram por esta atitude do Estado, pois tinham uma vida "infernal".

O Inspector-geral adjunto do IGT para a área do Trabalho do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Leandro Cardoso, que dirigiu a acção de inspecção, disse à imprensa que os dois estabelecimentos fabris foram encerrados na sequência de denúncias.

"Os trabalhadores eram mantidos numa nave, sem qualquer descanso da sua actividade laboral. Estão sem equipamentos de protecção individual, há trabalhadores que ganham 20 mil Kwanzas e trabalham de segunda a segunda", disse o inspector.

Os trabalhadores denunciaram também que a entidade patronal não cumpre as condições de trabalho que vêm salvaguardadas no contrato assinado.

Segundo Leandro Cardoso, as autoridades trabalham agora no sentido de repor a legalidade, para preservar os empregos, mas com dignidade.