O também coordenador do Batalhão de Transporte e Desminagem do Kuando Kabango, asseverou que havia inserção de pessoal nas folhas pagamento e referiu que até o nome da sua filha constava da folha de salário dos efectivos sem o seu conhecimento.
Em tribunal, o general, que também já foi governador do Kuando Kabango e do Kwanza Sul, disse que tomou conhecimento que os militares do Batalhão de Desminagem enquadravam pessoal na Casa de Segurança do Presidente da República.
Negou ter participado no esquema fraudulento da Casa de Segurança do Presidente da República em que foi citado pelo arguido Manuel Correia, ex-comandante do Batalhão de Transporte do Kuando Kabango, que em tribunal disse ter dado malas de dinheiro ao general, proveniente do esquema por eles montado.
"A minha actividade relevante era coordenar as situações do batalhão em situações operativas e não de finanças", disse o general Eusébio de Brito Teixeira.
Aos juízes e advogados, o general afirmou que o coronel Manuel Correia vinha a Luanda levantar o dinheiro dos efectivos do Batalhão de Transporte e Desminagem do Kuando Kabango e que o mesmo e alguns dos seus comparsas falsificaram a sua assinatura para o levantamento de dinheiro do batalhão.
Eusébio de Brito Teixeira disse que apenas recebia ordens directas do ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e que não tinha nada 0 aver com os dinheiros do batalhão.
Questionado se recebeu efectivamente malas de dinheiro das mãos do arguido Manuel Correia, como o mesmo o acusa, respondeu que não.
Entretanto, a defesa do coronel Manuel Correia solicitou ao juiz que se fizesse acareação, facto que o tribunal aceitou.
Em acareação, o antigo comandante da UGP no Kuando Kabango, coronel Manuel Correia, disse em frente do general que lhe entregou várias vezes malas de dinheiro em casa, em restaurantes e bombas de combustíveis, locais indicados pelo general Eusébio de Brito Teixeira.
"Senhor juiz, lamento muito pelo facto do chefe estar a mentir. Eu entregava-lhe sim dinheiro em malas! Fiz isso várias vezes, aqui em Luanda, no Kuando Kabango e até no Kwanza Sul onde ele foi governador", afirmou o coronel, assegurando que por vezes entregava o dinheiro nas mãos do segurança do general.
Em reacção, o general Eusébio de Brito Teixeira negou. "Não é verdade. Nunca recebi dinheiro em malas das mãos do coronel Manuel Correia nem de ninguém!", disse o general exigindo provas, facto que o coronel não apresentou.
Eusébio de Brito Teixeira disse também que não conhece o major "milionário" Pedro Lussaty, principal figura deste julgamento, e que apenas ouviu falar pela imprensa.
"Não conheço Pedro Lussaty. Apenas soube dele através da imprensa quando despoletou o assunto e nem ele me conhece", disse o general.
Até ao momento o tribunal continua a ouvir outras testemunhas arroladas no processo.
O julgamento do conhecido "caso Luassaty já decorre há mais de dois meses, no Centro de Convenções de Talatona.
Os arguidos são acusados de crimes de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagens, participação económica em negócios e abuso de poder e também de fraude no transporte ou transferência de moeda para o exterior do País, comércio ilegal de moeda, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e de falsa identidade.
Para as próximas sessões, esta semana, espera-se a ida, entre outros, do general Hélder Vieira Dias "Kopelipa" à sala de audiências.