Face ao elevado número de réus (49) e dos seus mandatários judiciais, assim como das testemunhas arroladas para este processo, o Tribunal de Comarca de Luanda decidiu realizar o julgamento no Centro de Congressos de Talatona.

O major "milionário", Pedro Lussaty e os outros 49 arguidos são acusados da prática de 13 crimes, entre os quais peculato, associação criminosa de forma continuada, recebimento indevido de vantagens, abuso de poder e participação económica em negócio.

Pedro Lussaty foi detido em Maio de 2021 no âmbito da "Operação Caranguejo", após ter sido encontrado na posse de milhões de dólares, euros e kwanzas, guardados em malas, caixotes e em viaturas.

Segundo uma fonte do tribunal, após a conclusão do interrogatório aos 49 arguidos (na sua maioria militares ligados à Casa de Segurança do Presidente), o tribunal ouvirá em média, por dia, oito a dez, dos mais de 200 declarantes arrolados no processo.

Entre os declarantes estão os generais, Hélder Vieira Dias "Kopelipa", Serqueira João Lourenço (irmão do Presidente da República João Lourenço), Eusébio de Brito Teixeira, João Chindande, Inocêncio Yoba e Higino Carneiro.

O deputado à Assembleia Nacional Pedro Mutindi, uma alta figura do MPLA, faz igualmente parte da lista dos declarantes.

No passado dia 09, o Chefe de Estado, João Lourenço, disse em conferência de imprensa que o conhecido "caso Pedro Lussaty" mexeu com a estrutura do Palácio Presidencial pelo facto dos envolvidos serem militares ligados à sua Casa de Segurança.