A Polícia reconhece ter-se excedido na actuação da operação que visou apreender motos sem os devidos documentos assim como actuar face às infracções ao código de estrada, que o comando municipal do Cazenga levou a cabo na passada sexta-feira, e apelou aos moto-taxistas a legalizarem as motos e cumprirem as regras do código de estrada.

Uma fonte policial do comando da Polícia Nacional em Luanda confirmou ao Novo Jornal que os 16 detidos foram postos em liberdade e que as mais de 80 motorizadas apreendidas na operação vão ser entregues aos proprietários.

No Domingo, os motoqueiros e o comando provincial da Polícia Nacional em Luanda estiveram reunidos no Marco Histórico do Cazenga para, através do diálogo, e após o sucedido na sexta-feira, onde alguns jovens "Kupapatas", supostamente, tentaram invadir o comando da Polícia do Cazenga após verem as suas motos apreendidas, encontrarem uma solução.

O 2.º comandante provincial da Polícia Nacional, em Luanda, comissário Mateus André, prometeu aos motoqueiros, no encontro, rever a actuação dos efectivos da polícia.

Bento Rafael, presidente da Associação de Motoqueiros e Transportadores de Angola, disse ao Novo Jornal que a polícia se excedeu na actuação porque, independentemente de os "kupapatas" apresentarem a documentação da moto, tinham que dar dinheiro aos agentes da polícia.

"Isso inflamou os ânimos das pessoas. Porque a polícia apreendia os veículos dos legalizados ou não legalizados levando-os para o comando", explicou.

Segundo presidente da AMOTRANG, do incidente não houve registo de feridos nem de danos materiais e humanos.

Quanto à tentativa de invasão ao comando da polícia no Cazenga, o líder da associação dos motoqueiros disse não ser verdade.

"Apenas estiveram concentrados em frente ao comando da polícia a protestar- Mas, de repente. apareceram indivíduos estranhos o que fez com que a polícia os expulsasse do local, gerando a confusão", contou.

Bento Rafael certificou que houve queima de pneus nas imediações, mas salientou que os mesmos não foram feitos pelos motoqueiros mais sim por pessoas estranhas que se juntaram aos protestos.

Na sexta-feira, Nestor Goubel, o porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, considerou tratar-se de um acto de rebeldia dos moto-taxistas que não quiserem sequer dialogar com os efectivos ali destacados.

Segundo Nestor Goubel, os factos ocorreram por volta das 11:00, período em que os efectivos em serviço no comando municipal do Cazenga "foram surpreendidos com acções de protesto e intenção de invasão".

"O grupo de moto-taxistas, num acto de rebelião, queriam reaver as suas motos apreendidas pelas forças de trânsito afectas ao comando municipal do Cazenga, devido às infracções que estes têm estado a cometer", esclareceu.

Conforme Nestor Goubel, os efectivos locais primaram inicialmente pelo diálogo para tentar apaziguar os ânimos, mas os moto-taxistas, mesmo sabendo que estavam errados, tentaram invadir o comando".

O Novo Jornal soube que a polícia usou gás lacrimogénio para dispersar os manifestantes e deteve 16 indivíduos, que esta manhã foram postos em liberdade após um diálogo detalhado que o 2.º comandante provincial da Polícia Nacional manteve com os motoqueiros do Cazenga.