As agências AP e AFP, que obtiveram hoje cópias da versão final do relatório, avançam que a OMS e a China confirmam que a transmissão do SARS-CoV-2 de morcegos para humanos através de outro animal é o cenário mais provável para explicar o início da pandemia, considerando como "extremamente improvável" um incidente num laboratório.

No entanto, os especialistas determinaram que "perante a literatura sobre o papel dos animais de criação como hospedeiros intermediários de doenças emergentes, é necessário realizar outros levantamentos, inclusive numa maior extensão geográfica" na China e em outros lugares.

Os peritos defendem a teoria geralmente aceite da transmissão natural do vírus de um animal reservatório - provavelmente o morcego - para o homem, por meio de outro animal ainda por identificar.

Também a possibilidade de transmissão directa do vírus através do animal reservatório é considerada "possível a provável", pelo relatório.

No documento surge ainda outra possibilidade, a da transmissão por carne congelada - pista defendida por Pequim - considerando esse cenário "possível".

O relatório recomendou a continuação dos estudos com base nessas três hipóteses, mas descarta a possibilidade de o vírus ter sido transmitido a humanos devido a um acidente de laboratório.

No relatório, os especialistas indicam não ter estudado o caso de fuga voluntária, e consideram "extremamente improvável" um acidente.