Face à gravidade do sucedido, a direcção do Hospital Américo Boavida considerou, em declarações aos jornalistas, que "o médico teve uma atitude criminosa" e oficiou a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a gravidade do facto.
Em comunicado de imprensa, a direcção do HAB assegura que vai accionar a Ordem dos Médicos de Angola para o devido tratamento da matéria no foro ético e deontológico.
Em declarações aos jornalistas, o director do Hospital Américo Boavida, Mário Fernandes, deu a conhecer que o médico em serviço não informou nem a equipa médica com quem trabalhava, nem a direcção da unidade sanitária sobre o sucedido.
"Esperamos que o SIC e a Ordem dos Médicos trabalhem para esclarecer e entender a atitude do médico em serviço", afirmou.
Segundo este responsável, o paciente que morreu foi levado para o hospital por familiares e viu rejeitada a sua entrada ao banco de urgência, situação que contraria a avançada primeiro pelo Novo Jornal, em que a recusa de entrada teria sido dos seguranças do HAB.
Conta ainda que o médico sobre quem recai a acusação de falha ética e deontológica, não prestou qualquer assistência médico-medicamentosa e mandou os familiares do paciente para fora da unidade sanitária onde este faleceu pouco depois.
No comunicado de imprensa, o hospital assegura que existem fortes indícios de que o médico tomou tal decisão sem informar os restantes membros do turno nem o supervisor em serviço.
A direcção do HAB, consciente da situação, diz que tudo fará para evitar que episódios do género se repitam.
O Novo Jornal soube que o médico que supostamente recusou o atendimento ao jovem de 25 anos que morreu à porta do hospital, pertence a outro órgão ministerial, que não é o Ministério da Saúde, e estava apenas em formação naquela unidade hospitalar.
A mãe do jovem que morreu contou ao Novo Jornal, no local, que o seu filho apenas começou a fazer febres e pediu por socorro aos vizinhos, mas acabou por vê-lo a morrer por falta de assistência na porta do hospital.
"Nos mandaram levá-lo para o `Maria Pia`, apenas isso, mas não nos deram ambulância e mandaram-nos procurar carro", contou a mulher em lágrimas.