O grupo de sete efectivos do SIC-Geral é acusado de desviar a mercadoria avaliada em 2,5 milhões de kwanzas, propriedade da empresa AMCT - Comércio e Prestação de Serviços de Transportes.

O caso remonta a 30 de Setembro quando o motorista da empresa AMCT - Comércio e Prestação de Serviços de Transportes saiu do terminal de carga do Porto de Luanda, por volta das 19:00. Segundo o director de operações da empresa, Anacleto Martins, durante o trajecto para o armazém, onde a mercadoria seria depositada, "o motorista foi surpreendido por supostos assaltantes, munidos com armas de fogo, tendo minutos depois algemado o motorista, que, entretanto, foi deixado num terreno baldio nas imediações da via expressa".

"Por volta das 22:30 recebi uma chamada de um dos funcionários da empresa a informar que um dos camiões tinha sido desviado", continua, ressaltando que a viatura desviada tem GPS, situação que acabou por "tramar os agentes do SIC que foram apanhados em flagrante a descarregar o camião".

"Um dos meus colegas accionou a Polícia Nacional, fomos para o local onde foi desviado o camião com a ajuda do aparelho GPS... Para nossa admiração, encontrámos no local sete elementos do SIC-Geral no terreno, todos com coletes da instituição. Dirigi-me ao responsável que coordenava a operação do SIC-Geral e perguntei o que se passava, mas, em seguida perguntaram-me o que eu estava a fazer no local", explica.

Anacleto Martins referiu que se identificou como director de operações da empresa e foi ao local para saber as razões da permanência do camião naquele local.

"Eles perguntaram como eu consegui chegar até ao camião, respondi que a viatura está equipada com sistema GPS, elogiei o trabalho deles, por darem conta da ocorrência sem que nenhum funcionário da empresa tivesse efectuado uma queixa as autoridades".

De acordo com Anacleto Martins, os operacionais do SIC ficaram furiosos com ele, "tendo recebido todos os telefones, bem como, as chaves das viaturas em que eu e um colega nos deslocámos ao local".

O responsável revela que passaram de vítimas a bandidos e incriminou os efectivos do SIC-Geral de algemarem os funcionários da empresa AMCT que acorreram ao local onde o camião tinha sido desviado, acusando-os de subtraírem os 179 sacos de farinha de trigo.

"Fomos tratados como bandidos que desviam contentores e não como funcionários da empresa AMCT. Eles (os agentes) levaram-nos até às instalações do SIC em Cacuaco e depois fomos levados ao Kinaxixi numa das unidade pertencente à investigação criminal", recorda, destacando que durante os interrogatórios o investigador notou que não havia razões os manter detidos porque se tratava de detenção ilegal.

O Novo Jornal continuará a acompanhar este caso, e, assim que haja uma reacção do SIC-Geral, tal como prometido pelo superintendente de investigação criminal Manuel Halaiwa, dará conta da situação aos leitores.