Neste momento, os pescadores encontram-se a ser assistidos pelas autoridades sanitárias da Polícia Fiscal, na Ilha de Luanda. O Serviço de Investigação Criminal (SIC) foi accionado para investigar o caso, visto que a embarcação navegou como se nada tivesse acontecido com o barco.

Segundo o subcomissário Mateus Rodrigues, porta-voz da Polícia Nacional e da recém-criada Comissão de Multissectorial de Crise para o Resgate da Embarcações, esta manhã, na costa de Luanda, com a ajuda de duas embarcações da Polícia Fiscal, foi possível a localização e o resgate dos pescadores que há sete dias estavam, supostamente, perdidos no mar.

"Eles navegaram até à costa da Ilha de Luanda sendo localizados pelas nossas forças mistas. Nesta altura estão a ser assistidos pela equipa médica da Polícia Fiscal e o barco navega por meios próprios", contou o porta-voz da PN, prometendo mais informações a qualquer momento.

Conforme Mateus Rodrigues, desde o grito de socorro lançado à imprensa, as autoridades criaram uma força envolvendo a Marinha de Guerra, a Polícia de Guarda Fronteira, a Força Área Nacional, o CISP, a Polícia Fiscal e a Capitania do Porto de Luanda no sentido de esclarecer os factos

No entanto, esta quinta-feira, 03, por intermédio de duas embarcações da Polícia Marítima Fiscal, foi possível localizá-los e trazê-los até terra firma.

Conforme este oficial comissário, a embarcação em causa navegou até ao território de Luanda com os sete pescadores a bordo e com vida.

Face a esta questão, e pelo facto de até agora nenhum familiar reclamar oficialmente do desaparecimento dos pescadores e também pelas informações não serem bem esclarecidas, o SIC irá investigar esta história.

Em declarações à Rádio Luanda, na terça-feira, 01, um dos sete pescadores a bordo contou estarem na região do Hiembe, município do Ambriz, na província do Bengo, que eram guiados por uma bússola a 15 milhas (24,14 km) da costa.

O homem contou também que no sábado passou por eles, na região da Barra do Dande, um barco do Porto de Luanda, mas que não os ajudou por ordens do capitão.

Segundo este pescador, das cinco pessoas a bordo, apenas duas conseguiam falar e apresentavam sinais de força.

"Os restantes estão fracos e quase a morrer. Por favor, nos ajudem", suplicou o pescador na embarcação que está à deriva.

De recordar que a embarcação com os sete pescadores partiu para o mar no dia 22 de Outubro e apenas foi dada como desaparecida no dia 29.

Ao Novo Jornal, João Garcia, presidente da Cooperativa dos Jovens Empreendedores da Barra do Bengo, contou que a falta de remos e de GPS são factores que contribuem para a não localização a tempo de uma embarcação.

Segundo este João Garcia, "houve por parte dos pescadores negligência".