A EPAL assegura que tem tomado conhecimento das situações de rupturas tardiamente, sobretudo no casco urbano da cidade de Luanda, devido ao garimpo de água e pelo facto de a rede de abastecimento ser antiga.
O Novo Jornal sabe que em várias zonas de Luanda, quando há ruptura na tubagem, tem havido desperdícios de água, que faz falta a milhares de famílias angolanas, ficando, por vezes, semanas sem qualquer presença da equipa da EPAL.
Na Marginal de Luanda, na zona do calçadão, por exemplo, há meses que há quatro rupturas que desperdiçam milhares de litros de água que têm como destino o mar e que até ao momento não foram resolvidas definitivamente, como aferiu o Novo Jornal.
Vladimir Bernardo, porta-voz da EPAL, deu a conhecer que a Empresa Provincial de Água de Luanda não possui um sistema de telegestão que lhe permita monitorar a rede à distância, e que em função disso toma conhecimento das rupturas tardiamente.
"A EPAL, de momento, não possui um sistema de telegestão que permite monitorar a rede a distância, sendo assim, só tomamos conhecimento de algumas rupturas tardiamente", disse.
Segundo a EPAL, para solucionar o problema, têm em carteira o futuro projecto "PROÁGUA", que prevê informatizar e automatizar processos de gestão e implementar um de centro de controlo.
"O PROÁGUA, que vai ter início em breve, prevê informatizar e automatizar processos de gestão técnica, melhorias e gestão da rede, instalação de equipamentos e introdução de novas tecnologias, permitindo deste modo a redução de perdas técnicas", salientou.
Importa lembrar que a província de Luanda conta actualmente com um défice diário de 1,2 milhões de metros cúbicos de água, o dobro da actual da produção, para responder à necessidade de consumo dos 10 milhões de habitantes, segundo fez saber, recentemente, o conselho de administração da empresa.
A EPAL conta com uma capacidade instalada de 760.000 metros cúbicos de água, mas produz apenas 633.851 metros cúbicos diariamente, quantidade insignificante para responder à demanda, disse o seu PCA, Adão da Silva.
"Estamos com um défice do dobro, estamos com um défice maior relativamente ao nível de produção actual", afirmou.
Segundo Adão da Silva, a entrada em funcionamento dos projetos de abastecimento de água do Quilonga Grande, em construção no município Icolo e Bengo, e do Bita, em construção no município de Belas, a partir de Março de 2026, devem alargar a produção diária para 776.600 metros cúbicos/dia.