Rodeada de uma cadeia montanhosa de escarpas esverdeadas, a Gabela, capital do município do Amboim, acorda sob um manto cerrado de nevoeiro, tal como adormeceu na véspera. A neblina matinal cobre o céu e limita a visibilidade. O orvalho cai sobre as frondes das árvores, as gotículas humedecem o asfalto, como se uma chuva miudinha se tivesse abatido sobre o tapete negro.

À distância, algumas lâmpadas acesas desafiam, timidamente, o nevoeiro cerrado. Um frio húmido penetra até aos ossos.

Apesar das condições atmosféricas adversas, os camponeses fazem-se à estrada a caminho das suas lavras, não fosse a Gabela, na província do Kwanza-Sul, uma localidade potencialmente agrícola, cuja actividade principal gravita em torno do cultivo do café, milho, banana, feijão, cana-de-açúcar e distintos produtos hortofrutícolas.

Estamos em finais do mês de Agosto, oficialmente em período de chuvas, mas estas tardam a chegar, o que preocupa os camponeses que já lançaram as suas sementes a terra.

Não menos preocupado está o chefe da secção do Ambiente da Gabela, Rui Carlos Martins Sebastião, que aponta como uma das causas do desequilíbrio do clima a exploração irracional do meio ambiente, sobretudo o crescente abate irracional de árvores para a produção de carvão vegetal e madeira.

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