O jornal The Namibian cita o governador da região de Omusati, Erginus Endjala, que revelou a informação aquando do repatriamento de 1 792 angolanos de Etunda para Angola esta semana.
Endjala disse que durante a estadia dos angolanos em Etunda nasceram 73 bebés, dos quais 18 morreram devido à desnutrição, no Hospital Distrital de Outapi, no ano passado.
"Eles não morreram porque não pudemos alimentá-los, eles morreram porque já nasceram gravemente desnutridos", afirmou o governador, acrescentando que a primeira morte foi registada a 27 de Abril do ano passado, enquanto a última aconteceu a 28 de Dezembro.
"Um bebé nasceu morto porque a sua mãe estava cansada e com fome", afirmou Endjala, citado pelo The Namibian.
Segundo o governante, nenhum dos idosos morreu e no acampamento onde foram alojados os angolanos que têm fugido da seca e da fome no sul do País não foram registados casos de covid-19.
"Os angolanos, que fogem da seca no seu país desde Fevereiro do ano passado, foram vacinados contra a covid-19 enquanto estavam no centro e os recém-nascidos receberam vacinas contra a poliomielite, afirmou o governador da região de Omusati, que pediu ao Governo de Angola para que abra parcial ou totalmente alguns dos pontos de entrada para que seja possível registar o número de pessoas que atravessam para a Namíbia.
Os angolanos que acamparam em Etunda, na região de Omusati, há quase um ano, estão neste momento a ser repatriados para Angola, refere o diário namibiano, acrescentando que o primeiro grupo partiu no início da semana para o Calueque onde será alojado em tendas.
O novo acampamento está situado a cerca de 20 quilómetros do posto fronteiriço de Omahenene e o repatriamento deverá estar concluído até o final desta semana.
"Embora o grupo esteja céptico quanto ao seu repatriamento para Angola, dizendo que o seu governo os negligenciará, os representantes angolanos prometeram que as pessoas receberiam comida, sementes e enxadas no seu novo acampamento", lê-se no jornal do país vizinho, que acrescenta que o vereador da circunscrição de Ruacaná, Andreas Shintama, afirmou que antes do início do repatriamento havia mais de 3.200 imigrantes, mas alguns regressaram ao ouvir falar de chuva em Angola.