O Governo reduziu 1,6 mil milhões de kwanzas na verba destinada ao Ministério da Saúde (MINSA) para a aquisição de medicamentos, materiais gastáveis e equipamentos para esse sector, constatou o Novo Jornal no Orçamento Geral do Estado (OGE) para este ano.
Para 2022, apurou este semanário, está prevista uma cabimentação de pouco mais de cinco mil milhões de kwanzas, ao contrário dos mais de 6,6 mil milhões orçamentados no OGE2021.
Enquanto isso, entretanto, a falta de medicamentos e de materiais gastáveis nas unidades públicas de saúde no País continua no topo das queixas dos utentes, sendo, aliás, um dos pontos dos cadernos reivindicativos apresentados pelos sindicatos dos enfermeiros e dos médicos. O problema esteve, em Dezembro do ano passado, na base de uma greve geral dos médicos que durou mais de 10 dias.
Segundo apurou o NJ, a falta de cumprimento por parte do Governo em relação à melhoria no abastecimento de medicamentos e de materiais gastáveis, como luvas e máscaras, continua a ser um dos pontos de divergência entre o MINSA e os profissionais do sector.
Por isso, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros não tem dúvidas de que o corte de 1,6 mil milhões Kz é uma "decisão lamentável". Afonso Kileba entende que se está diante de um problema "muito complexo" e que irá causar "caos" no atendimento à população, levando a que as greves no sector prossigam.
"O que vai acontecer é que vamos ter pacientes a morrer à entrada dos hospitais, porque não há material. É lamentável a situação. Apelamos a que não se opte por esse caminho", reforça.
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