A greve dos professores do ensino superior, das universidades públicas, vai já no seu 87º dia e o SINPES entende que o ano lectivo não deve ser anulado, apesar de os estudantes estarem esse tempo todo sem aulas.
O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) mostrou-se disponível em continuar a dialogar com o sindicato para a resolução dos problemas que preocupam os professores.
Ao Novo Jornal, o SINPES garante que não vai prescindir da greve caso o Executivo não atenda os pontos principais do caderno reivindicativo.
O sindicato defende eleições nas instituições públicas de ensino superior e espera por um salário equivalente a cinco mil USD.
Na quarta-feira,29, o MESCTI e o SINPES estiveram juntos na mesa das negociações, mas não houve entendimento.
O SINPES assegura que a culpa é do Executivo, pois os professores estão dispostos a negociar para acabar com a greve e entendem que o Executivo não quer valorizar o ensino superior.
Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior, garantiu que os professores não vão regressar às salas de aulas caso não haja diálogo sério.
"Não queremos continuar com a má qualidade do ensino. Queremos sim um ensino de qualidade e isso passa por atribuir bons salários aos professores. O PR já assumiu publicamente que há uma má qualidade de ensino no País e disse que precisa ser melhorado", afirmou.
Segundo o sindicato, a proposta de aumento em seis por cento que o Executivo apresenta constitui um desrespeito à classe docente.
"O sindicato está decepcionado com a proposta do Executivo. Essa proposta não responde áquilo que são as nossas expectativas. Por isso vamos estar reunidos esta sexta-feira para estudarmos essa proposta e apresentar uma contraproposta", disse o sindicalista.
Eduardo Peres Alberto, entende que essa proposta do Executivo só vem mostrar que o Presidente da República, João Lourenço, está a ser muito mal-aconselhado.
"A proposta do Executivo dá ao professor catedrático um salário mensal de 598 mil kwanzas, e isso não é nada", lamentou o académico.