À saída do seu interrogatório junto da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), órgão da Procuradoria-Geral da República (PGR), Abílio Kamalata Numa disse que apenas tomou conhecimento da acusação esta terça-feira de que está a ser acusado pela PGR/Militar de ter publicado um artigo nas redes socias que dizia que o general "Kamorteiro" morreu envenenado e que havia possivelmente "mão-humana".
Kamalata Numa diz não se rever na extração que a PGR/Militar fez a partir do Facebook para o acusar.
"Vou ver agora a publicação que fiz para depois juntar aos autos, porque não me revi na extração que me foi mostrada", disse o general reformado aos jornalistas.
Abílio Kamalata Numa disse estranhar que tal situação ocorra num Estado democrático e de direito.
"Infelizmente no nosso País a democracia não está consolidada. Em Angola parece que há algumas coisas que não se podem dizer", afirmou, reforçando que "é preciso ter coragem para melhorar a qualidade da democracia em Angola".
Questionado se a PGR/Militar o está a caluniar, o também ex-secretário-geral da UNITA assegurou que a acusação é política e que do partido no poder, o MPLA, espera tudo.
Importa realçar que a deslocação do ex-famoso general de guerra da UNITA, durante o conflito armado, que durou mais de três décadas, foi marcada por forte aparato policial nas proximidades do edifício sede da PGR, na baixa de Luanda.
Abílio Kamalata Numa foi chefe do Estado Maior adjunto das Forças Armadas Angolanas (FAA), e actualmente está reformado.