Segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC), os indivíduos utilizavam como fachada duas fábricas de blocos, localizadas nos municípios de Cazengo e Lucala, para efectuar as transações de criptomoeda.
Para a movimentação de criptomoeda, os homens usavam sete computares conectados à internet e vários ventiladores e dois postos de transformação (PT), recorrendo a energia eléctrica da rede pública, pois a mineração de criptomoedas, para além de exigir hardwares de computador, como placas de vídeo ou processadores, implica um elevado gasto energético.
O SIC descobriu o grupo de chineses após ter recebido várias denúncias anónimas. A deslocação aos locais das operações resultou na detenção dos sete indivíduos, bem como dos materiais que eles usavam para as transações, tais como vários aparelhos de mineração, conectados a baterias protegidas por ventiladores, dois PT, e sete computadores.
Os indivíduos oriundos da China foram detidos durante a semana no Kwanza-Norte e serão apresentados esta sexta-feira, nas instalações da direcção central do SIC, em Cacuaco, Luanda.
Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Cambridge, e revelada em 2022, a mineração de Bitcoins em todo o mundo consome mais energia do que alguns países, como a Bélgica e a Finlândia.
Com base no CDECI, que é o índice que mede o consumo de eletricidade na mineração de criptomoedas, a extração de Bitcoins em todo o mundo consome por ano 91,9 terawatts de energia. Por sua vez, no mesmo período, a Bélgica consome 81,2 terawatts e a Finlândia tem um gasto energético de 79,3 terawatts, mas há outros países, como as Filipinas (90,9 terawatts).
Um único computador consegue gastar mais de 1.000 watts durante o processo de mineração.