O evento, organizado pelo banco Caixa Angola, aconteceu nesta quinta-feira, 16, das 21:00 às 23:00, em Luanda, e teve como lema "Unidos pela História, Juntos pela Liberdade", visando reforçar os laços entre Angola e Portugal, e criar valores culturais através do fado.

Apesar de os participantes do festival serem maioritariamente portugueses, a presidente da comissão executiva do Caixa Angola, Manuela Ferreira, disse ao Novo Jornal que a meta com relação à participação do povo angolano foi superada, acrescentando que "este evento é muito importante para a união cultural de Angola e Portugal".

Casa cheia, ambiente aconchegante, a noite começou com guitarradas, tocando melodias que caracterizam o fado, e foi neste ritmo que a cantora angolana Heróide fez a abertura do festival com o clássico "Porquê do Fado" de Sara Correia, vibrando com a plateia.

Sete artistas, nomeadamente Anabela Aya, Matias Damásio, Heroide, Felipa Cardoso, Marcos Rodrigues, Ana Sofia Varela e Camané, uniram as vozes num encontro memorável, onde o dueto no fim de cada actuação tomou conta do palco, recordando temas como "Meninos do Huambo" de Rui Mingas e "Quem me Dera" de Mariza, que deixaram o público eufórico.

Camané, artista português que já vem cantar em Angola desde 1993, após um dueto com Matias Damásio, disse ao Novo Jornal que "este festival é muito importante para a proximidade de ambas as culturas e que foi um prazer enorme cantar mais uma vez em Angola".

Durante as actuações dos artistas angolanos verificou-se que foi um momento desafiante para eles, que saíram de suas zonas de conforto (seus estilos musicais) para mergulhar no fado.

A cantora Ababela Aya contou que "foi um momento único partilhar o palco com grandes cantores portugueses", mas mostrou-se preocupada com "fraca participação dos angolanos em eventos do género".

A surpresa da noite foi o "Quarteto de Cordas Frank Abreu", formado por Nelo de Carvalho, Tomás Baltazar, Branklla Pret e Magda Mendes. O grupo fez uma homenagem aos 50 anos da independência de Angola, trazendo músicas que retratam a história de Angola, tais como "Velha Chica" de Valdemar Bastos e "Minha Terra", de Rui Mingas.

O evento terminou com uma actuação colectiva, onde todos os músicos, partilharam o palco numa só nota e cantaram a música "Lisboa Cidade Sol" numa versão "Luanda".

O "Festival Caixa Fado" foi criado em 2015, uma iniciativa do Caixa Angola, que que é realizada anualmente, e surgiu para promover o intercâmbio cultural entre Angola e Portugal.