A situação criou pânico e os autocarros só foram postos a circulare depois das 06:30, após a área técnica recorrer a chaves de reserva, soube o Novo Jornal, a quem vários dos trabalhadores da empresa contaram que o local foi "visitado" pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) que interrogou perto de trinta.

Esta situação causou grandes enchentes nas paragens dos autocarros por toda a cidade de Luanda.

Os autocarros estiveram perfilados, todos sem chave na ignição, à saída da base e fontes da empresa contaram ao Novo Jornal que está foi uma forma de protesto dos funcionários visto que há uma insatisfação enorme divido ao não aumento salarial e também pelo facto de a direcção ter adquirido viaturas novas para os trabalhadores com cargos de chefia.

Segundo os trabalhadores, houve autorização do Executivo para o aumento do salário dos funcionários, mas a direcção não cumpriu e suspeitam que esteja a fazer gastos, desnecessários com aquisição de viaturas "topo de gama" para os chefes e de não querer resolver o principal problema, que é o aumento salarial.

Contam os funcionários, que recentemente houve reajuste salarial a nível dos directores e pessoal com cargos de chefias, mas não da base.

"Por isso é que há esse descontentamento dos trabalhadores. Eles ameaçam-nos com despedimentos quando tentamos fazer greve! Por isso é que hoje houve esse bloqueio dos autocarros", contou um motorista, que apenas saiu da base as 07:20, ao contrário das 04:30, como têm habitualmente saído.

Entretanto, a situação criou enormes dificuldades aos cidadãos que dependem deste transporte público para chegarem aos postos de trabalho ou às escolas de Luanda.

Neste momento, vários são os relatos de paragens abarrotadas de passageiros, sobretudo em Viana, Cacuaco, Kilamba Kiaxi, e no Benfica.

Nas zonas do Capalanga, km 30, Ramiros, Cuca, Boa Vista e das centralidades do Kilamba e Cequele, as enchentes estão despertar curiosidade dos automobilistas que passam por estas paragens, pelo facto das enchentes não serem habituais.

Ao Novo Jornal vários funcionários disseram não saberem quem exactamente promoveu o bloqueio dos autocarros está segunda-feira.

"Também fomos surpreendidos. Não encontramos a chaves nos autocarros como habitualmente e não sabemos quem as tirou. Há relatos na empresa que se trata de protesto para que a direcção mude de comportamento, visto que há muitas reclamações", contou ao Novo Jornal um membro da comissão sindical da TCUL, que solicitou anonimato.

O Novo Jornal apurou ainda que efectivos dos Serviços de Investigação Criminal (SIC) foram chamado à TCUL e estes levaram para o comando municipal de Viana e da Polícia Nacional mais de 30 funcionários, muitos dos quais entraram de serviço hoje às 05:00, para interrogatório.

"Há neste momento(perto das 08:00) muitos efectivos da SIC e da polícia na TCUL. Querem saber quem é que retirou as chaves dos autocarros. Até os seguranças foram levados para a esquadra", contou uma cobradora.

Apesar dos autocarros terem ficado bloqueados nas primeiras horas desta segunda-feira, na base de Viana, a situação nas paragens vai normalizando em função dos desbloqueios e da circulação na via pública como aferiu o Novo Jornal.

Sobre o assunto, o Novo Jornal tentou para esclarecimento ouvir o porta-voz da TCUL, André Gomes, mas sem sucesso.