O Novo Jornal apurou que um dos elementos desta associação criminosa, após lesar diversas pessoas, juntou somas elevadas em kwanzas e fugiu para Portugal.

Entre os detidos, segundo o director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SIC-Luanda, superintendente-chefe Fernando de Carvalho, consta um homem que tentou subornar o investigador do SIC-Luanda, com a quantia de um milhão de kwanzas, para que pusesse em liberdade o cabecilha do grupo.

As vítimas, adiantou Fernando de Carvalho, na sua maioria são idosos, e o grupo é de cariz internacional. Com idades compreendidas entre os 29 e 53 anos, oriundos da República Democrática do Congo (RDC), realizavam estas acções criminosas há mais de oito meses.

"Dois elementos da referida associação criminosa faziam-se passar nos multicaixas como se fossem fazer levantamento de valores, encostavam-se às filhas e ficavam atentos àqueles cidadãos com debilidades na utilização dos multicaixas", disse o oficial, salientando que as principais vítimas desta quadrilha eram os idosos que ali se dirigiam.

"Eles (os criminosos), ao notarem que alguém se mostrava incapaz de efectuar alguma operação bancária, ofereciam-se para ajudar e nesse exacto momento, enquanto um ajudava, outro ficava atento à senha do cartão... já na posse do cartão da vítima, os assaltantes trocavam rapidamente o cartão por um outro do mesmo banco que entregavam à vítima, que, sem perceber, pensava tratar-se de uma operação normal e se dirigia a casa", contou Fernando de Carvalho, que descreveu que os assaltantes se dirigiam a outros três comparsas que se dedicavam a consultar os valores contidos no cartão, "através dos seus TPA".

O responsável destacou que mediante os valores, retiravam ou transferiam para as suas contas, sendo que a divisão era equitativa.

"Das acções investigativas em torno dos envolvidos e pelo número de denúncias registadas, apurou-se que foi lesado um valor que ronda em 71 milhões de Kwanzas, retirados faseadamente das contas das vítimas", descreveu, sublinhando que parte deste dinheiro foi usado na compra de três viaturas, "sendo uma de marca Toyota modelo, Prado TXL, Hyundai Santa Fé, Kia, modelo K5 e TV plasma, aparelhos de ar-condicionado, telemóveis e mobiliário de habitação.