O MESCTI garante em comunicado que, apesar da greve, há docentes que continuam a ministrar aulas. O SINPES responde que o Governo "quer enganar a sociedade e a opinião pública ao afirmar que há professores a dar aulas, quando na verdade são apenas alguns professores estrangeiros e colaboradores que ministram uma cadeira".
"A ministra engana a sociedade dizendo que existem professores a dar aulas e que os estudantes podem concluir o ano académico. Não é verdade, isso mostra que não se conhece o funcionamento do sistema de ensino superior. Será que as turmas só têm uma cadeira?", questionou o secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior, Eduardo Peres Alberto.
Ao Novo Jornal o sindicalista disse que apenas os professores estrangeiros e alguns colaboradores, que não são impedidos de aderir à greve do sindicado, continuam a ministrar nas instituições públicas de ensino superior, mas que o número é irrisório.
"A nível nacional não há aulas! Os professores das instituições públicas de ensino superior não estão a leccionar", afirmou.
Segundo o sindicato, até aqui não há entendimento entre o Ministério do Ensino Superior e o SINPES para pôr fim à greve dos professores universitários.
Em comunicado de imprensa, enviado ao Novo Jornal, o MESCTI reitera a disponibilidade para dialogar com o SINPES, exortando os estudantes a fazerem-se presentes nas instituições, porquanto há docentes que continuam a ministrar aulas.
Relativamente à postura do sindicato de manter a greve por tempo indeterminado, o MESTIC adianta que a paralisação das actividades lectivas prejudica a concretização do calendário académico e impede que uma grande parte dos estudantes continue a sua aprendizagem.
Quanto ao aumento salarial solicitado pelos professores, o ministério adianta que decorrem acções, ao nível do Executivo, em sede de uma abordagem mais geral da matéria salarial da administração pública.
Estudantes universitários solidários com o sindicato marcharam pelo retorno às aulas no fim-de-semana
Em diversas províncias do País vários estudantes universitários marcharam no passado Sábado, 5, para exigir diálogo entre o Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e os professores do ensino superior, que estão em greve desde 3 de Janeiro.
"Há um mês que os estudantes estão sem aulas. Este ano académico deveria terminar em Junho devido às eleições. Até agora, não temos nenhuma informação do Governo em que pé está o assunto dos professores universitários", disse ao Novo Jornal Francisco Teixeira, presidente do Movimento de Estudante Angolanos (MEA).
Segundo o MEA, os estudantes querem ter aulas, "mas, infelizmente, tudo está parado por falta de boa vontade da parte do Governo, o que só está a prejudicar gravemente os alunos".
Sobre o mesmo assunto o MEA diz que as manifestações para exigir o retorno às aulas vão continuar.