A situação foi tornada pública através de um vídeo de poucos segundos que se tornou viral nas redes sociais, e que despertou a atenção do MESTIC, que alertou todas as instituições de ensino superior para a observância da legalidade daquela decisão, sob pena de aplicação das medidas sancionatórias adequadas.
Uma fonte próxima à direcção da UPRA explicou ao Novo Jornal que a reitoria desta universidade já esclareceu o assunto ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, tão logo o vídeo foi posto a circular nas redes sociais.
Trata-se de um professor, oficial superior das Forças Armadas Angolanas (FAA) que lecciona uma cadeira no curso de medicina da Universidade Privada de Angola, que, ao aperceber-se que os alunos faziam cábulas nas provas, decidiu colocar como supervisores alguns efectivos das FAA no dia do exame.
Um estudante da UPRA, contou ao Novo Jornal que a situação criou mal-estar entre os alunos, antes e depois da prova.
"Os militares e pessoas estranhas, não agrediram ninguém apenas controlaram as provas no auditório da universidade, mas isso deixou-nos intimidados", contou sob anonimato um aluno da Faculdade de Ciências da saúde da UPRA.
A fonte da UPRA não aceitou revelar o nome do professor ao Novo Jornal.
No entanto, o gabinete de inspecção do MESTIC, em comunicado tornado público esta sexta-feira, 25, deu a conhecer que contactou a direcção da UPRA, mas que a reitoria os informou que o facto está a ser investigado e que "serão tomadas as medidas adequadas".
Segundo o MESTIC, para a ministração e supervisão de provas, devem estar na sala de aula apenas os estudantes e o pessoal docente da instituição do ensino superior.
Os docentes de instituições públicas de ensino superior, prossegue o comunicado, que não sejam tutelados pelo Ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, ou de instituições de ensino superior privadas que não sejam militares ou polícias, não podem frequentar as instituições fardados, nem armados.
"O MESTIC repudia todas as acções que contrariam a legalidade, incluindo a presença de estranhos às instituições de ensino superior na sala de aulas para ministrarem ou supervisionarem provas", condena o MESTIC.
O Novo Jornal tentou ouvir explicações da reitoria da UPRA, mas esta instituição informou que o assunto está sob investigação.