A PGR tinha dado 72 horas a Joaquim Sebastião, detido preventivamente deste Fevereiro, para que fossem entregues à Justiça 13 imóveis, seis veículos e um centro de estágio de futebol localizado no bairro do Sequele, em Luanda.

O ex-director do INEA terá declarado voluntariamente 30 imóveis, localizados em Angola, Portugal e Brasil. Joaquim Sebastião terá ainda declarado uma dúzia de veículos.

O Estado concordou que uma das moradias situadas em Luanda e dois veículos subsistissem na posse de Joaquim Sebastião, mas ordenou que todos os outros activos fossem devolvidos.

Entre os imóveis localizados em Angola, segundo a Angop, destacam-se um complexo localizado no Kikuxi, perto de Luanda, com campo de golfe, e onde são criados cavalos de raça, assim como uma luxuosa moradia em Talatona.

Dos imóveis a apreender estão ainda vivendas no Mussulo, Maculusso, Miramar e nos condomínios Mirantes do Talatona, Vila Mar e Riviera Atlântico, além de quatro apartamentos na Maianga.

A Angop afirma que o mandado de apreensão dos bens de Joaquim Sebastião se destina a prevenir a sua provável dissipação. Segundo o mandado, os bens a apreender ficarão à guarda do Instituto de Gestão dos Activos e Participações do Estado (IGAPE), até à conclusão do processo-crime e a decisão final do tribunal.

Quanto aos activos alegadamente ilícitos que o antigo director do INEA possui no exterior, as autoridades angolanas estão em contacto com as suas similares dos países onde estão localizados, a fim de reavê-los.

Entretanto, a assessoria de Imprensa de Joaquim Sebastião afirmou, em comunicado, que o seu cliente sempre cooperou e colaborou com os órgãos de Justiça e que em momento algum se insurgiu contra o mandato de apreensão.

"O facto de não concordar e manifestá-lo, em sede própria, não pode ser entendido como recusa ou desobediência a uma decisão da PGR", assinala a assessoria, reagindo à informação de que o antigo director-geral do INEA se recusou a entregar a vivenda de luxo localizada no Talatona e um complexo na zona do Kikuxi.