O presidente do SINPROF questiona por que razão o Executivo não constrói mais escolas ao invés de os seus membros investirem em colégios.

"Os angolanos das classes média e alta não estão preocupadas com as escolas públicas porque os filhos deles estudam nos colégios onde têm tudo, quando a escolas públicas estão entregues à sua sorte e com excesso de alunos", disse.

Guilherme Silva diz que por serem proprietários de mais de 80 por cento dos colégios privados em Luanda, os responsáveis do País não estão interessados em debater questões do ensino público.

"Eles não querem que as pessoas tenham o nível deles, para continuarem a reproduzir a sociedades que temos com um ensino debilitado. Enquanto no ensino público, os nossos filhos estudam afunilados numa sala sem condições, os deles estão confortáveis no luxo", assegurou.

Segundo o líder do SINPROF, os deputados à Assembleia Nacional aprovam leis a seu favor, porque lhes facilita a vida.

"O SINPROF luta para uma revolução na educação, no sentido de haver manuais, merenda escolar para as crianças e não haver excesso de alunos em salas de aulas".

O presidente do sindicato, Guilherme Silva, destaca que a "educação é um direito humano e Constitucional".

Segundo o sindicalista, os deputados devem discutir a proposta para o OGE 2023, para que traga melhorias à qualidade do ensino.

"É preciso que os deputados tenham coragem, fundamentalmente os do MPLA, que governa Angola. Devem ter coragem de discutir e elevar a fatia orçamental para a educação, para alavancar as outras áreas, porque sem qualidade na educação, nós teremos dificuldade de avançar com o desenvolvimento do País", salientou.

Guilherme Silva disse ainda que o problema do ensino público no País está nas mãos do Executivo e não nos professores.

"O responsável desta greve tem nome. É o Executivo angolano que não quer resolver os problemas dos professores do ensino geral", explicou.

Quanto à greve dos professores, que segue no seu terceiro dia, Guilherme Silva disse que infelizmente o Ministério da Educação (MED) não quer dialogar com o SINPROF.

O SINPROF afirmou estar consciente das consequências que a greve pode provocar ao processo de ensino-aprendizagem e ao calendário escolar e apelou ao Executivo que resolva as reivindicações dos professores.