Lá se vão os tempos em que os terraços dos prédios serviam exclusivamente para lazer e diversão dos próprios moradores. Hoje, o cenário mudou. A maior parte dos topos dos edifícios foi "tomada de assalto" por residentes que transformaram esses espaços com construção de habitações.
Na maioria das vezes, as casas construídas nos terraços, com tijolos e betão, começam como um anexo ou arrecadação dos moradores, mas, com o tempo, evoluem, dando lugar a residências de várias tipologias, desde T1 até T4, tal como constatou o Novo Jornal mediante ronda em zonas de Luanda, como Avenida Comandante Valódia, Kinaxixi, São-Paulo, Prenda e Maianga. Nesses locais, são raros os edifícios que não foram invadidos por essa "febre" de ocupações indevidas e que retiram a estética e o padrão dos prédios, contribuindo para o aceleramento do processo de degradação das referidas infra-estruturas.
Moradores ouvidos não sabem ao certo como, quando e quem autoriza tais construções e temem desastres futuros, pelo que pedem intervenção de pessoas de direito. Já para os que constroem, confidenciaram ao NJ que foram movidos pelo sonho da casa própria e assumem que a construção não é autorizada.
Por exemplo, Júlio André, de 38 anos, construiu a sua moradia T3 num edifício de cinco andares, na Avenida Comandante Valódia, no prédio Lusitana, a escassos metros do antigo edifício 41 da ENSA, que desabou em Março do ano corrente.
O "falso" sexto andar, de um prédio projectado para ter apenas cinco, alberga um agregado de oito pessoas, que vivem no local há mais de 10 anos. Com três quartos, uma sala vasta, cozinha e casa de banho, o apartamento, segundo Júlio André, levou mais de dois anos para ser concluído, sendo que as obras se realizavam sempre na calada da noite, aos fins-de-semana e aos feriados, para não "dar nas vistas".
Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, pagável no Multicaixa. Siga o link: https://leitor.novavaga.co.ao/