O CDC África revela que dos mais de 14.000 casos notificados, mais de 96%, nomeadamente os que resultaram em mortes, aconteceram na República Democrática do Congo. A mutação do vírus sinalizada na RDC pode matar até 10% das pessoas infectadas.
Na segunda-feira, a República Centro-Africana confirmou um novo surto, que se estende à sua capital, Bangui, diz o CDC África, acrescentando que na quarta-feira, o Ministério da Saúde do Quénia disse ter também detectado infecção por Mpox num passageiro que viajava do Uganda para o Ruanda, num posto fronteiriço no sul do Quénia.
Num comunicado, citado pelas agências, o ministério afirma que um único caso de "varíola dos macacos" era suficiente para justificar uma declaração de surto.
Também no Ruanda, os casos detectados foram de doentes que tinham estado na RDC antes de testarem positivo.
O CDC África afirma que a taxa de mortalidade, que é de cerca de 3%, "tem sido muito mais elevada no continente africano do que no resto do mundo". Durante a emergência global devido a esta doença, em 2022, menos de 1% das pessoas infectadas com o vírus morreram.
O CDC África declara que cerca de 70% dos casos na RDC ocorrem em crianças com menos de 15 anos, que são também responsáveis por 85% das mortes, e o número de mortes em todo o continente aumentou 19% desde o ano passado.
Em 11 de Julho, a OMS alertou para a ameaça que a "varíola dos macacos" representa para a saúde mundial.
Uns dias antes, a 2 de Julho, o Ministério da Saúde angolano reactivou o Plano Nacional de Contingência para dar resposta rápida a eventuais casos de "varíola dos macacos", devido à fronteira com a RDC.
Segundo o MINSA, este plano, cujo desígnio é detectar precocemente a doença, confirmar casos suspeitos, identificar contactos, avaliar e monitorizar a propagação e evolução da epidemia, para além da eficácia das medidas de controlo, já está em execução.
O Ministério da Saúde garantiu que Angola não registou até ao momento casos da doença causada por um vírus transmitido aos seres humanos, a partir de macacos e roedores, que se manifesta através de febre, dor de cabeça, fadiga, dor muscular, íngua, erupções cutâneas generalizadas (lesões na pele). O período de incubação da doença varia entre cinco a 21 dias.
O Ministério garante estar a acompanhar a evolução da doença nos países vizinhos, recomendando várias medidas preventivas, como lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou desinfectar com álcool gel, não caçar, nem comer a carne de macacos e roedores (ratos, camundongos e esquilos), e evitar a exposição directa com a carne e sangue destes animais. Recomenda também que seja evitado o contacto físico com pessoas que apresentem os sinais ou sintomas da doença.
A restrição abrange os materiais e utensílios usados por pessoas com sinais ou sintomas da doença, entre os quais vestuário, roupas de cama, toalhas, pratos, copos e talheres. Recomenda igualmente o uso de luvas e roupas apropriadas durante o manuseio dos animais, inclusive no procedimento de abate.
O MINSA tem ainda pedido aos cidadãos que, no caso de alguns dos sintomas desta doença, procurem imediatamente a unidade de saúde mais próxima.