As zungueiras marcharam da zona do Mercado do São Paulo com roupa, calçado, produtos alimentares à cabeça e filhos às costas até ao palácio de Manuel Homem, protestando contra o fim da venda ambulante.
As vendedoras entoavam hinos e palavras de ordem em que apelavam ao GPL e à intermediação do Presidente: "Senhor polícia, leva mensagem ao Presidente João Lourenço que a zunga não vai acabar", "senhor fiscal, não leva o negócio, é dali que sai o sustento da minha família" ou "a Polícia não é do MPLA, a Polícia é do povo".
As zungueiras, que se manifestaram durante quase 45 minutos, foram dispersadas pela Polícia Nacional que recorreu à brigada canina, ao lançamento de gás lacrimogénio e a militares da Unidade da Guarda Presidencial.
Engrácia Mendonça, que já leva 18 anos como zungueira, lamenta o encerramento dos armazéns na zona do São Paulo e apela ao GPL para a sua reabertura. Porque, no entender da vendedora ambulante, a situação está a criar dificuladades na aquisição de mercadoria a grosso para ser comercializado a retalho. Visivelmente nervosa, a mãe de quatro filhos disse que a actuação dos fiscais tem prejudicado a actividade devido a apreensões das mercadorias.
"Com o meu negócio, pago escola e alimento as minhas crianças. Todos os armazéns do São Paulo foram fechados e nós não conseguimos comprar produtos para vendermos. Apelamos a que reabra as lojas para facilitar o nosso trabalho".