O ministro das Relações Exteriores da Rússia prestou estas declarações durante a conferência de imprensa no final da sua breve visita a Angola, que serviu para reforçar a cooperação e preparar a visita do Presidente João Lourenço à Rússia, a realizar ainda este ano.

De acordo com Serguei Lavrov, o satélite angolano, produzido e lançado pela Rússia em Dezembro, continua em órbita, apesar dos problemas técnicos que enfrentou, deverá entrar em serviço em Abril.

O chefe da diplomacia russa desvalorizou as informações propagadas pela imprensa sobre um suposto desaparecimento do satélite angolano ou ainda a perda de comunicação com o mesmo, pelo fabricante russo.

De lembrar que o ministro das Telecomunicações de Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, em declarações ao Novo Jornal Online, afirmou, a 15 de Fevereiro, que, no caso de existirem alguns problemas com o satélite, a parte angolana não sairá prejudicada porque o contrato acautela os interesses do país.

"O contrato prevê todos os extremos e, nesta indústria, todos os riscos são acautelados, desde a construção, lançamento e transporte. Todas essas etapas estão asseguradas", garantiu.

A trajectória do Angosat

Ainda em fase de testes, o primeiro satélite angolano, AngoSat-1, lançado a 26 de Dezembro último, terá em Abril uma etapa decisiva para determinar se as falhas entretanto reportadas comprometeram o seu desempenho. Neste caso, Angola poderá exigir a substituição por um novo aparelho sem qualquer encargo adicional, antecipa a imprensa russa.

Uma das cláusulas do contrato divulgadas pela imprensa russa e que enquadra o negócio nassinado entre o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e a Rosoboronexport, empresa russa responsável pelas exportações militares do país, é clara quanto às responsabilidade russas.

Segundo o acordo, o Angosat-1 está coberto por um seguro de 121 milhões de dólares - valor assumido em partes iguais pelas empresas SOGAZ e VTB - montante suficiente para garantir a sua construção sem nenhum rombo nas contas da RSC Energia, empresa que lidera o consórcio russo responsável pela construção do engenho.

Embora os 121 milhões de dólares sejam quase metade dos 320 milhões investidos por Angola no AngoSat-1, a verba deverá ser suficiente para garantir o AngoSat-2, calcula a imprensa russa, tendo em conta que as despesas com as infra-estruturas já foram realizadas.

Os receios de um fracasso do AngoSat-1 aumentaram em meados de Janeiro, com relatos de problemas com a fonte de alimentação.

A queda de partes do foguetão que transportou o Angosat-1 na América do Sul foi no último episódio a envolver o aparelho espacial angolano, mesmo que de forma indirecta.