No comunicado final da IV reunião ordinária do comité permanente da comissão política do partido, realizada ontem, em Luanda, os "Maninhos" denunciam "a execução sumária do filho do deputado eleito da UNITA, Joaquim Nafoia".

Esta é a primeira referência do maior partido da oposição à morte de Joaquim Pascoal Nafoia, de 20 anos, ocorrida na semana passada, na sequência de um tiro na cabeça, alegadamente disparado por um agente da Polícia Nacional.

O crime, ainda por esclarecer, ocorreu no passado dia 17 de Setembro, quando - segundo relatou o deputado Joaquim Nafoia ao Novo Jornal Online - a vítima "estava com três amigos e apareceram três indivíduos com uniformes da Polícia Nacional".

De acordo com o político um dos agentes pegou no braço do filho, deu-lhe um empurrão e depois fez o disparo sem lhe dar oportunidade de falar

"O sujeito que fez o disparos na cabeça do meu filho, é filho de um comandante de uma das divisões da Polícia de Luanda. Já identificámos o camarada mas a Polícia está a ocultar as coisas...", acusou, garantindo que vai lutar para que a justiça seja feita.

O parlamentar não teve dúvidas de que a acção teve motivação política, entendimento agora reforçado pela UNITA.

Para além de aludir à "execução sumária" de Joaquim Pascoal Nafoia, o "Galo Negro" denunciou "com veemência os actos de violência pós-eleitoral contra membros da UNITA, ocorridos em Saurimo (Lunda Sul) e no Monte Belo (Benguela)".

No comunicado, citado pela agência Lusa, a UNITA acusa ainda "alguns agentes da Polícia Nacional" de se deixarem utilizar "como instrumentos ao serviço de um Partido, em vez de estarem ao serviço do Estado".