O primeiro-ministro, Hailemariam Desalegn, anunciou que o exército etíope abateu, pelo menos, 60 atacantes que participaram no massacre registado em 15 aldeias do país, na região fronteiriça de Gambella, maioritariamente habitada por membros da maioria Nuer, etnia sul-sudanesa que vive nas zonas fronteiriças dos dois Estados.

Na noite de sexta-feira, um grupo de homens fortemente armados, ligados à tribo Murle, que habita as regiões de Jongley e do Alto Nilo, no leste do Sudão do Sul, cruzou a fronteira com a Etiópia e atacou as aldeias na região de Gambella. Além do massacre, os atacantes levaram ainda 800 cabeças de gado.

Desalegn garantiu que os atacantes não têm qualquer vínculo aos apoiantes do presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, nem ao ex-vice-presidente e líder rebelde Riek Machar, que estão em conversações para formar Governo após uma guerra civil de quase dois anos. O governante assumiu também que o exército etíope vai perseguir os atacantes até que todos sejam detidos.

Em Gambella, a 50 quilómetros da fronteira do Sudão do Sul, além de etíopes Nuer, residem também de cerca de 272.000 refugiados sudaneses que fugiram da guerra civil que eclodiu em Dezembro de 2013.

Esta região, virtualmente rodeada pelo Sudão do Sul, é cenário constante de escaramuças e de confrontos entre as diferentes tribos dos dois lados da fronteira, mas nunca foi palco de incidentes desta envergadura.