Hage Geingob foi envolvido numa polémica há pouco tempo, quando admitiu não saber quanto ganha de salário como Presidente, sendo ridicularizado pelos sectores da oposição, mas rapidamente deu a volta à situação com uma série de clarificações, incluindo tornar público o valor do seu ordenado mensal, dos seus colaboradores/conselheiros e governantes.
Esta promessa foi feita há cerca de três semanas, antes de viajar para a Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, onde repetiu uma ideia já anteriormente colocada em cima da mesa, que é definir uma estratégia de tolerância zero à corrupção, o que passará por tornar quase tudo público, desde os valores dos salários dos políticos à verificação da correspondência entre os estilos de vida e os salários de quem tem responsabilidades públicas, desde governantes a funcionários públicos.
Mas antes que Geingob regresse de Nova Iorque, o seu assessor de imprensa, Albertus Aochamub, em declarações ao The Namibian, reforçou a ideia de Geingob tornará tudo público.
E o director executivo da Presidência namibiana tornou público que 34 por cento do salário de Hage Geingob é doado todos os meses para obras sociais, nomeadamente 20 mil dólares namibianos (1 500 dólares norte-americanos), para uma fundação da área da educação e ainda 30 mil dólares namibianos (2 200 USD) para famílias pobres em algumas cidades do país.
Apesar de ainda não ter sido confirmado oficialmente pela Presidência, o valor do salário de Hage Geingob deverá rondar, segundo as contas feitas pela imprensa local, a partir da lei que estabelece os limites do que ganham o Presidente da República, cerca de 1,7 milhões de dólares namibianos por ano, cerca de 10 300 USD/mês, dos quais mais ou menos 3 700 seguem para filantropia.
Estas doações de Geingob são justificadas pelo seu "staff" como um incentivo para que os namibianos se disponham a ajudar os outros na medida das suas possibilidades, sendo um impulso para a solidariedade.
Entretanto, nesta deslocação de 24 dias aos Estados Unidos, Geingog, um dos presidentes africanos que mais se tem mostrado disposto a mudar o rumo do continente, nomeadamente através de um combate cerrado à corrupção e pela boa governação, foi dos que mais convites teve pelos grandes media internacionais para entrevistas, entre estes o New York Times, The Economist, Forbes Magazine, Wall Street Journal, entre outros, nomeadamente europeus.
Geingob foi ainda convidado para palestras em várias universidades, como Harvard e Columbia, duas das mais importantes do mundo.