O investigador angolano Wakala Muzombo obteve, em Dezembro do ano passado, o título de doutor em Literatura pela Universidade de Évora (Portugal), ao defender uma tese de doutoramento intitulada O Kuduro - Concretizações Literárias à Margem.

O estudo - que recebeu "distinção com louvor", a mais alta classificação, cuja nota costuma variar entre 18 e 20 valores - visa "essencialmente demonstrar o que há de literatura no Kuduro", segundo explicações do próprio autor, em breve entrevista, por telefone, ao Novo Jornal.

Natural do Uíge, onde reside e trabalha, Wakala Muzombo, de 34 anos, confessa que sempre foi "amante" do Kuduro, pelo que, quando começou a tomar contacto com estudos literários, foi notando que "algumas coisas que os kuduristas cantavam também tinham nomes em literatura".

Por exemplo, explica Muzombo ao Novo Jornal, a elegia - que o «mundo convencional» classifica como poesia triste composta como música para funeral - é um género "muito comum" entre os fazedores do kuduro, sendo tratada por "lamento".