Os raids da aviação de guerra dos Estados Unidos centraram-se no noroeste do país, onde os jihadistas do `estado islâmico', com ligações ao conhecido grupo terrorista do Boko Haram, concentram grande parte das suas actividades armadas, tendo a última de uma longa lista acontecido a 21 de Novembro onde raptaram centenas de alunos numa escola cristã, o internato da Escola Católica St. Mary's, em Papiri, no estado do Níger.

Os ataques acontecem dias depois de as autoridades nigerianas terem anunciado a libertação de 130 crianças, das 250 que tinham sido raptadas naquela escola católica a 21 de Novembro, naquela que foi uma acção jihadista entre largas dezenas que nos últimos anos envolveram milhares de crianças e jovens levados à força por grupos ligados ao jihadismo islâmico, mas também a grupos armados sem conotações religiosas que pedem resgates avultados.

O Boko Haram é um grupo jihadista que anunciou a sua ligação ao `estado islâmico'há alguns anos mantendo como actividades mais sonante o rapto de alunos de escolas cristãs no noroeste da Nigéria, um país que tem uma forte comunidade cristã, especialmente no sul, sendo o norte claramente de maioria muçulmana, embora os especialistas apontem como razão de fundo para esta actividade criminosa a disputa de territórios devido aos seus recursos naturais.

Entretanto, a entrada em cena dos EUA, depois de há semanas Donald Trump ter colocado a Nigéria no mapa das suas acções militares, embora na altura a ameaça incidisse sobre o Governo de Abuja se não pusesse fim ao terrorismo islâmico contra as "belas e maravilhosas comunidades cristãs" do país, acaba de ser confirmada pelo Governo do Presidente Bola Tinubo.

Recorde-se que Trump anunciou os ataques de precisão contra os jihadistas, cumprindo a ameaça feita há semanas, no Dia de Natal.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros nigeriano justificou os ataques aéreos de precisão contra alvos terroristas no país com uma política de cooperação com os EUA para combater a ameaça do extremismo violento.

A confirmação aconteceu esta sexta-feira, 26, dos execução ataques de "precisão contra alvos terroristas" no noroeste do país pelas forças norte-americanos.

"As autoridades nigerianas continuam empenhadas numa cooperação estruturada em matéria de segurança com parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos da América, a fim de combater a ameaça persistente do terrorismo e do extremismo violento", afirmou o ministério num comunicado.

"Isto levou a ataques aéreos de precisão contra alvos terroristas na Nigéria", acrescentou o ministério nigeriano citado pela Lusa.

O Presidente norte-americano anunciou na quinta-feira que os Estados Unidos realizaram "numerosos ataques" mortais contra o grupo extremista `estado islâmico' no noroeste da Nigéria.

Trump ameaçou ainda que as forças norte-americanas procederão a novos ataques, se a organização continuar a matar cristãos naquele país africano.

"Já antes tinha avisado estes terroristas de que, se não acabassem com o massacre de cristãos, pagariam caro, e esta noite [quinta-feira] pagaram", declarou Donald Trump na sua rede social, Truth Social, acrescentando que "o Departamento de Guerra realizou muitos ataques perfeitos, como só os Estados Unidos são capazes de fazer".

A publicação de Trump não inclui informações sobre a ofensiva levada a cabo pelas forças norte-americanas e quais os seus efeitos, e a Casa Branca não forneceu, até agora, pormenores adicionais.

"Esta noite, sob as minhas ordens como Comandante-Supremo [das Forças Armadas], os Estados Unidos lançaram um poderoso e mortífero ataque contra a Escumalha Terrorista do EI no noroeste da Nigéria, que tem atacado e matado violentamente sobretudo cristãos inocentes, a níveis não vistos em muitos anos, até mesmo séculos!", escreveu o Presidente norte-americano na sua rede social.

No mês passado, Trump disse que tinha ordenado ao Pentágono que começasse a planear uma potencial ação militar na Nigéria, na sequência de denúncias de perseguição de cristãos.

O Departamento de Estado anunciou nas últimas semanas que iria restringir os vistos para nigerianos e familiares, envolvidos em assassínios em massa e violência contra cristãos no país da África Ocidental.

Os Estados Unidos designaram recentemente a Nigéria como "país de particular preocupação" ao abrigo da Lei da Liberdade Religiosa Internacional.

"O nosso país não permitirá que o terrorismo radical islâmico prospere", afirmou Trump na quinta-feira à noite.