À semelhança do que se pode observar nas ruas de cidades como Berlim (Alemanha), Rio de Janeiro (Brasil), Los Angeles (EUA), Nova York (EUA), Melbourne (Austrália) e Paris (França), a arte de rua, embora de forma tímida, vai ganhando espaço na capital do País (Luanda). Grafite em muros, exposição de obras literárias a céu aberto, criação de retratos a lápis, pintura em telas, obras de artesanato e interpretação de temas musicais à entrada de shoppings e no interior de mercados informais são algumas das actividades artísticas que se podem apreciar. Mas, a maior parte dos "artistas de rua" representa as artes plásticas e a literatura.

Alguns criadores optam por esquinas e pontos da cidade capital para expor e comercializar obras diversas, a fim de conseguir dinheiro para suprir as suas necessidades.

João Ferreira, de 63 anos, pintor e retratista, é dos mais antigos "artistas de rua". Há quase 30 anos, o ancião sobrevive da arte de desenhar retratos nas ruas de Luanda. O seu cantinho preferido é a Rua do 1.º Congresso do MPLA, na baixa de Luanda, próximo da sede da SONANGOL, onde várias pessoas o encontram para encomendar retratos.

Fazendo recurso ao lápis de carvão, tintas e telas, João Ferreira faz retratos de várias figuras públicas e pessoas singulares a partir de uma fotografia. Conta à nossa reportagem que os preços dos quadros variam entre cinco mil e 15 mil kwanzas. Do pouco dinheiro que consegue das ruas, sustenta a mulher e três filhos. "Mas nem todos os dias vendemos. Há dias em que não vendemos nada. Normalmente, os melhores dias são o Natal, o Ano Novo e o Dia dos Namorados", sublinha o retratista, que sonha com o seu próprio ateliê.

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