No despacho assinado pela ministra das Finanças Vera Daves consultado pelo Novo Jornal é descrito um negócio "ruinoso" para o Estado angolano: Em 2014, o Consulado Geral da República de Angola (CGA) celebrou um contrato-promessa de compra e venda de um prédio urbano na Avenida João Crisóstomo, em Lisboa, pelo qual terá pago à sucursal em Portugal do Grupo Bartolomeu Dias, um conhecido empresário do MPLA, 15,9 milhões de euros.
O imóvel estaria "livre de quaisquer ónus ou encargos, hipotecas, direito de preferência, devoluto de pessoas e bens".
Acontece que, após o pagamento "efectivo e integral" do imóvel, não foi celebrada a escritura pública de compra e venda, o que, refere a ministra das Finanças no documento, "justifica a necessidade de devolução do valor pago, uma vez que o imóvel em causa já não se encontra disponível para entrega ao Estado Angolano".
Para resolver este impasse, o Governo contratou o escritório de Carlos Pinto de Abreu e Associados, Sociedade de Advogados, a favor do qual foi emitida pelo Ministério das Relações Exteriores da República de Angola, a procuração forense, datada de 22 de Outubro de 2025.
Bartolomeu Dias, dono de vários negócios em Angola, era um dos empresários envolvidos no projecto Air Connection Express, que, pouco depois de levantar vôo, foi obrigado a uma aterragem forçada por ordem de João Lourenço quando a companhia já tinha mesmo procedido à encomenda de seis aviões à Bombardier, modelo Q-400, por quase 200 milhões de dólares.

