Este projecto, que está substanciado num acordo assinado em Novembro do ano passado entre Luanda e Lusaca, vai permitir a Angola exportar directamente petróleo em bruto, estando ainda contemplada a componente de gasoduto, o que vai permitir igualmente a importação de gás natural angolano pelo país vizinho.
Este projecto, que partiu de uma iniciativa zambiana como forma de aliviar as suas contas de mais de mil milhões de dólares de importações anuais em produtos petrolíferos.
Na altura da assinatura deste acordo, entre os ministros dos Recursos Naturais e Petróleo de Angola e da Energia, da Zâmbia, Diamantino Azevedo e Matthew Nkhuwa, respectivamente, em Lusaca, o governante zambiano disse aos jornalistas presentes que este oleoduto vai permitir ao seu país diminuir substancialmente o pesado fardo anula de importação de petróleo e derivados de petróleo.
Isto, porque, com a importação directa de crude em bruto a partir de Angola, a Zâmbia vai igualmente poder desenvolver e modernizar o seu complexo de refinação, ainda incipiente face às necessidades.
Depois do trabalho a desenvolver pelos especialistas, o projecto, designado pela sigla em inglês "MoU", deverá levar cerca de dois anos até estar construído, com um custo estimado em 5 mil milhões de dólares norte-americanos.
De acordo com as afirmações do Governo zambiano, citado pela imprensa do país, a equipa de especialistas, que será composta por técnicos indicados pelos dois Governo, terá de trabaljar em questões como a contratação das empresas a envolver na construção do MoU, a definição do traçado do oleoduto/gasoduto, a estrutura empresarial e as respectivas quotizações, bem como o financiamento, que deverá envolver privados.
O ministro da Energia zambiano apontou como essencial a diminuição dos preços actuais dos combustíveis no país, considerados caros para a economia zambiana, sendo que actualmente a gasolina é vendida a 1,3 USD/litro e o gasóleo a 1,2 USD/litro.
Para o ministro angolano que tutela o sector petrolífero, Diamantino Azevedo, este projecto insere-se, como disse aquando da assinatura do acordo, no objectivo do país em apoiar as economias dos países vizinhos e de potenciar a economia angolana.
Todavia, enquanto a Zâmbia já tem definidos os contornos da sua proposta a apresentar no âmbito do grupo de trabalho a ser criado em breve, a parte angolana apenas criou as bases para dar início à discussão.
Por outro lado, enquanto a Zâmbia vai aproveitar o petróleo em bruto angolano para desenvolver a sua área de refinação nacional, que dispõe de apenas uma refinaria em Lusaca, denominada Ndola, para Angola, tal como se conhece até ao momento este projecto, servirá para exportar crude sem outro benefício que não sejam os di8videndos inerentes a essa mesma exportação.
Actualmente, a Zâmbia obtém o seu petróleo em bruto através de um oleoduto que liga a capital tanzaniana, Dar-es-Salam, a Lusaca, pelo facto de a Zâmbia não ter acesso ao mar.
Na perspectiva do ministro angolano dos Recursos Naturais e Petróleo, este projecto tem ainda como objectivo de longo termo o abastecimento mais alargado à sub-região.