O jornal namibiano consultou o governador do banco regulador daquele país para perceber se a participação da filha de José Eduardo dos Santos no Bank BIC, de 42,5%, está ou não segura.

"Deve-se ter em mente que o Bank BIC Namibia Limited é de propriedade de vários accionistas e o Banco da Namíbia não tem conhecimento de nenhum desenvolvimento que possa ameaçar a estabilidade do BIC Namíbia no momento", disse Shiimi, que diz estar atento à evolução dos acontecimentos que envolvem "um accionista indirecto de um banco licenciado localmente, o Bank BIC Namibia Limited".

O governador do banco central da Namíblia disse que, por enquanto, não houve qualquer contacto por parte das autoridades angolanas e que, para já, seria altamente especulativo comentar sobre tal solicitação, que não foi recebida".

O Banco BIC, estabelecido na Namíbia em Julho de 2015, tem quatro agências localizadas no país: Windhoek, Walvis Bay, Rundu e Ongwediva.

O jornal The Namibian escreve que as perguntas enviadas ao director executivo do banco, Lindsay Crawford, ficaram sem resposta, tal como as que foram endereçadas ao ministro do Comércio e Indústria namibiano, Tjekero Tweya.

Já a vice-primeira-ministra e ministra das Relações Internacionais e Cooperação, Netumbo Nandi-Ndaitwah, disse ao Namibian que o seu escritório não recebeu nenhum pedido das autoridades angolanas.

Em causa está a decisão do Tribunal Provincial de Luanda, que decretou, em Dezembro, o arresto preventivo de contas bancárias pessoais da empresária Isabel dos Santos, do marido, Sindika Dokolo, e do presidente do Banco de Fomento de Angola (BFA), Mário Leite da Silva, para além de congelar as contas de várias empresas nas quais detêm participações, nomeadamente nos bancos BIC e BFA, e nas empresas UNITEL, ZAP, FINSTAR, Cimangola, CONDIS, Continente Angola e SODIBA.