O Presidente angolano, que fez as honras da casa, sublinhou a importância estratégica do Corredor do Lobito que, com o Porto do Lobito e o Caminho de Ferro de Benguela, foi na década de 70 uma das linhas férreas mais rentáveis do mundo, ao transportar 3,3 milhões de toneladas de carga por ano.
"Estamos a projectar a optimização desta importante infra-estrutura como parte integrante de uma rota internacional e transcontinental, capaz de ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Índico e, desta forma, ligar em segurança os continentes americano, europeu, africano e asiático com ganhos nos tempos de transportação e custos dos fretes marítimo e ferroviário", afirmou João Lourenço, realçando a importância estratégica pelo contributo que vai prestar à dinamização do comércio intra-africano, no contexto da Zona de Livre Comércio Continental Africana e do comércio mundial.
O Presidente dos Estados da América, Joe Biden, defendeu a necessidade de uma colaboração conjunta para ajudar o continente africano a estar na dianteira, defendendo que o foco das negociações entre os Estados se deve reflectir em ajudar pessoas, sobretudo os agricultores, empreendedores, bem como em assegurar que os trabalhadores recebam salários dignos.
Biden e Felix Tshisekedi, Presidente da RDC, afirmaram o seu empenho em promover o investimento e a paz para permitir que a nação centro-africana tire o máximo partido da sua vasta riqueza mineral.
O Presidente zambiano, Hakainde Hichilema, também presente na reunião, referiu que "este projecto é uma enorme oportunidade de investimento, de comércio."
"Este corredor é de vital importância para a abertura dos nossos países, para a abertura das nossas regiões, do continente e, verdadeiramente, da economia global", disse Hichilema.
A Corporação Financeira de Desenvolvimento dos EUA concedeu um empréstimo de 550 milhões de dólares para renovar a rede ferroviária de 1.300 km do Lobito ao Congo.
As autoridades norte-americanas anunciaram esta semana um novo financiamento para a primeira fase do empreendimento através da Corporação Financeira de Desenvolvimento no valor de 600 milhões de dólares para projectos incluindo energia solar, minerais e telecomunicações.
O Corredor do Lobito é o primeiro corredor económico estratégico lançado sob a égide da Parceria para as Infraestruturas e Investimento Global do G7 (PGI), em Maio de 2023.
À margem da Cimeira do G20 de Setembro de 2023 em Nova Deli, a União Europeia e os EUA realizaram uma declaração conjunta no sentido de unir esforços para apoiar o desenvolvimento do Corredor.
A União Europeia defende que o Corredor do Lobito vai desbloquear o enorme potencial da região, reforçar as possibilidades de exportação para Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia, e criar valor acrescentado e empregos através de investimentos e medidas leves.
A UE e os EUA assumem um papel de co-direcção no apoio ao desenvolvimento do Corredor, incluindo investimentos em infraestruturas, medidas leves para facilitação do comércio e do trânsito, investimentos em sectores relacionados para fomentar um crescimento sustentável e inclusivo, e investimentos de capitais (cadeias de valor agrícola, energia, transporte/logística, educação e formação técnica e profissional) ao longo do Corredor em Angola, na RDC e na Zâmbia.
A UE e os EUA assumem um papel de co-direcção no apoio ao desenvolvimento do Corredor, incluindo investimentos em infraestruturas, medidas leves para facilitação do comércio e do trânsito, investimentos em setores relacionados para fomentar um crescimento sustentável e inclusivo, e investimentos de capitais (cadeias de valor agrícola, energia, transporte/logística, educação e formação técnica e profissional) ao longo do Corredor em Angola, na RDC e na Zâmbia.
Em Janeiro de 2023, os ministros responsáveis pelos Transportes e Desenvolvimento do Corredor de Angola, da RDC e da Zâmbia, com apoio e coordenação do Secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), assinaram o Acordo da Agência de Facilitação do Trânsito do Corredor do Lobito (LCTTFA). O Acordo LCTTFA pretende criar uma rota eficiente que facilite o transporte de bens dentro dos territórios dos três Estados Membros do Corredor, através da harmonização de políticas, leis e regulamentos; estratégias de desenvolvimento e atividades respeitantes à infraestrutura do corredor conjuntas e coordenadas; disseminação de dados respeitantes ao trânsito e informação de atividade empresarial; e implementação de instrumentos facilitadores de comércio
O objectivo é apoiar uma maior participação das Pequena e Médias Empresas nas cadeias de valor empresarial, sobretudo na agricultura e mineração, com vista a aumentar o comércio e o crescimento económico ao longo do Corredor do Lobito e da Região da SADC.
Durante o Fórum Global Gateway, em Outubro de 2023, a UE e os EUA assinaram - em conjunto com Angola, a RDC, a Zâmbia, o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB) e a Africa Finance Corporation (AFC) - um Memorando de Entendimento (MoU) para definir os papéis e objetivos para a expansão do Corredor.
Quando a infraestrutura de transportes que ligar os três países estiver completamente operacional, a linha irá aumentar as possibilidades de exportação para a Zâmbia, a RDC e Angola, reforçar a circulação regional de bens, e promover a mobilidade dos cidadãos. Ao reduzir de forma significativa o tempo médio de transporte, o Corredor vai diminuir os custos logísticos e a pegada carbónica para a exportação de metais e de produtos agrícolas, bem como de outros produtos e ainda para o futuro desenvolvimento de descobertas de minerais.
São parceiros neste projecto a Comissão Europeia, o Governo dos Estados Unidos da América, o Governo da República da Zâmbia, o Governo da República de Angola, o Governo da República Democrática do Congo, o Banco Africano de Desenvolvimento e a Africa Finance Corporation.