Esta informação surgiu quase ao mesmo tempo em que Departamento de África do FMI, através do seu director, Abebe Selassie, vem alertar para a garantida revisão em forte baixa do crescimento previsto para a região da África Subsaariana por causa da pandemia do novo coronavírus, especialmente fruto das dificuldades que estes Estados estão a sentir para impor as medidas de combate ao alastramento da Covid-19, como o isolamento social, e ainda porque o petróleo está num ciclo longo de fortes quedas, com reflexo profundo nas economias dos países exportadores.
A lista dos 30 países, 20 que já pediram ajuda de emergência e 10 que o vão fazer em breve, não foi divulgada integralmente, mas o Gana é um deles e avançou com um pedido lancinante para poder financiar o seu plano nacional de combate à pandemia.
Por tudo isto, o crescimento nesta parte do continente, onde serão raras as excepções, será atingido com violência, embora o FMI não tenha estimado esse impacto com precisão, sublinhando apenas que será "duro", atirando para meados de Abril mais informação com detalhe sobre este impacto na parte subsaariana do continente.
Uma parte deste impacto provirá da descida dos rendimentos provenientes das matérias-primas exportadas, mas outra parte advirá do fecho de fronteiras, com a subsequente quebra no sector do turismo, perdendo-se milhares de empregos, provocando menos investimento público, com um incisivo corte no modo de vida das famílias, para além da ruptura nas cadeias de abastecimento locais e dos mercados de importação, nota o FMI.
O FMI estima mesmo que por cada 10% de quebra no valor do barril de petróleo, vai resultar numa quebra de 0,6 por cento nos países exportadores e aumentar os défices fiscais em 0,8 por cento do PIB.
Como contra-medidas para este cenário preocupante, o FMI insiste na velha fórmula de desvalorização das moedas nacionais, como, por exemplo, a Nigéria já fez com a Naira, embora aconselhe igualmente a manutenção do investimento público, especialmente no sector da Saúde.