Em causa estão direitos mineiros nas áreas diamantíferas, do ferro e fosfatos, que podem ser licitados em pelo menos quatro cidades - Luanda, Pequim, Dubai e Londres - do "roadshow" planeado pelo Governo angolano para ter lugar de hoje a 20 de Setembro.

Aquando do anúncio desta iniciativa, no início do mês, o ministro dos Recursos Naturais e Petróleos, Diamantino Azevedo, na abertura das II Jornadas Técnico-Científicas promovidas pela Associação Angolana de Mulheres em Geociências, explicou que em cima da mesa estão cinco concessões mineiras.

Na lista estão duas concessões diamantíferas, nas províncias da Lunda Norte e Lunda Sul, uma de ferro, no Kwanza Norte, e duas de fosfatos, em Cabinda e no Zaire.

A opção pelo concurso internacional foi considerado essencial pelo Executivo tendo em conta a necessidade de garantir a transparência da atribuição dos direitos mineiros sobre estes projectos.

Recorde-se que estas concessões já fazem parte do potencial posto a descoberto no âmbito do Plano Nacional de Geologia (Planageo) que o Governo tem em curso há vários anos e está a ser conduzido por laboratórios de geologia de Portugal e de Espanha, em colaboração com as autoridades nacionais.

Alguns dos metais estratégicos com maior procura mundial estão entre as descobertas já feitas no âmbito do Planageo que já tem sido já mostrado parcialmente pelo Governo em algumas cidades da África do Sul, Europa e da América do Norte.

Nas próximas semanas, o ministério dos Recursos Naturais e Petróleos deverá mostrar uma versão mais detalhada do Planageo, sendo o mês de Outubro, durante um seminário sobre rochas ornamentais, no Lubango, Huíla, uma forte possibilidade, segundo Diamantino Azevedo, que justificou os atrasos na sua conclusão com a exiguidade dos recursos disponíveis.

Cerca de 60 manifestações de interesse

De acordo com informação divulgada pelo ministério, para as concessões que hoje vã estar em cima da mesa em Luanda, estão já confirmados pelo menos 60 interessados, embora sem especificar.

Alguns destes são oriundos de países como o Brasil e a África do Sul, o primeiro sem novidade, porque já teve empresas a participar em diversos projectos mineiros, como a Odebrecht, no sector dos diamantes, e o segundo em consequência das manifestações de interesse no potencial mineiro angolano feitas durante a visita do Presidente João Lourenço àquele país, logo a seguir a ter tomado posse.