Numa nota divulgada no seu site, citando a sua presidente em substituição, Antoinette Sayeh, o FMI destaca as políticas prudentes do Executivo de João Lourenço que permitiram reforçar a estabilidade, "apesar das dificuldades económicas", colocando Angola, de novo, no caminho da recuperação de "múltiplos choques e vários anos de recessão".
A disciplina fiscal conseguida, adianta, ajudou a reduzir ligeiramente a dívida pública em 2021, fortalecendo a sustentabilidade ao mesmo tempo que manteve os gastos sociais em ambiente pandémico, o que o Fundo estima que possa continuar em 2022 olhando para o Orçamento do Estado aprovado, e foi ainda conseguido em Angola levar a cabo políticas de combate à inflação com sucesso.
Mas o FMI, que já desenbolsou, até agora, e desde 2018, 4,5 mil milhões USD para Angola, no âmbito deste programa de assistência financeira,, como é costume na generalidade dos seus relatórios sobre os países intervencionados, depois dos elogios, larga as questões mais problemáticas, sendo disso exemplo a questão das reformas no sector financeiro, nomeadamente o seu sistema de regulação e supervisão, e na diversificação da economia, onde a instituição não mostra estar satisfeita.
Sublinhando o "substancial progresso nas reformas do sector financeiro", Sayeh dirige-se às autoridades angolanas afirmando a necessidade de "continuar os esforços para garantir a saúde do sector".
"Desde o começo do programa, Angola conseguiu reforçar a capitalização do sector financeiro bem como o sistema de regulação e supervisão, mas agora o País precisa de completar estes processos, seja na modernização do sistema regulatório, seja a reestruturação e recapitalização dos dois problemáticos e maiores bancos públicos", aponta o FMI, acrescentando que considera ainda fundamental a implementação de planos de resposta ao crédito problemático.
A questão da diversificação económica levou Antoinette Sayeh a formular uma recomendação clara: "Diversificar a economia através de um continuado programa de reformas profundas é essencial para conseguir crescimento inclusivo e a consolidação da estabilidade económica".
"A Rápida expansão do sector não-petrolífero exige a implementação de reforçadas reformas que devem dar solidez à governação, melhorar o amiente de negócios e promover o investimento privado, abertura no comércio e ainda o desenvolvimento do capital humano e das infra-estruturas".
Garantir melhor acesso ao crédito para as pequenas empresas, agilizar administrativamente os processos de investimento privado, libertar o mercado no que diz respeito a preços é considerado pelo Fundo como fundamental para potenciar o crescimento da economia no seu todo.
A agricultura, as telecomunicações e o sector financeiro devem ter uma atenção redobrada do Governo de João Lourenço por serem, lembra o FMI, sectores-chave para garantir que Angola consegue deixar para trás a crise.