O Ministério das Finanças justifica esta necessidade de financiamento, por um lado, pelas necessidades de capitalizações de fundos e empresas públicas no montante de 836,33 mil milhões kz (0,92 % do PIB) no âmbito da estratégia do Executivo de estimular a retoma do crescimento por via de um apoio mais forte ao empresariado privado nacional, e também pelo reembolso de dívida num montante total de 12,45 biliões kz (13,75% do PIB), dos quais 5,23 biliões kz referentes à dívida interna e 8,51biliões kz referentes à dívida externa, despesas que, segundo o Governo, não podem ser pagas com receita ordinária, considerando o défice fiscal previsto de 1,65% do PIB.

Comparativamente às estimativas de fecho de 2024, as necessidades brutas de financiamento deste orçamento no valor de 16,32% do PIB traduzem, segundo o MINFIN, uma redução de 1,40 pontos percentuais do PIB, "sustentada por menores níveis de necessidades líquidas".

Para cobertura dessas necessidades, o OGE 2025 prevê a captação de recursos financeiros no mercado interno, recorrendo aos habituais instrumentos de dívida do Tesouro, incluindo contratos de mútuo, bem como fazendo recurso ao mercado externo e junto de instituições financeiras parceiras, multilaterais e bilaterais. São igualmente fonte de financiamento dessas necessidades as receitas previstas no âmbito do Programa de Privatização (PROPRIV).

A ministra das Finanças, Vera Daves, quer que essas necessidades brutas de financiamento se mantenham "em níveis compatíveis com a sustentabilidade das finanças públicas e geridas sob as premissas de uma gestão da dívida prudente, proactiva, libertadora de espaço de tesouraria e conducente à redução gradual do rácio da dívida como percentagem do PIB".

O Orçamento Geral do Estado para 2025 (OGE2025), avaliado no montante de 34,6 biliões de kwanzas (cerca de 27,5 mil milhões de dólares), foi preparado na base de um preço do petróleo de 70 dólares norte-americanos, e de uma produção petrolífera de 1.098 mil barris/dia, e consente um défice global de 1,65% do Produto Interno Bruto (PIB) para impulsionar o crescimento previsto em 4,1%, mais reforçado quando comparado com as projecções de fecho para o ano de 2024 na ordem dos 3,3%.