Este interesse particular da petrolífera nacional pelo processo que e volve Carlos São Vicente resulta do facto de ter estado na origem da Seguradora AAA, que entretanto foi extinta depois de ter passado para a posse do empresário-
"É do domínio público que a petrolífera nacional esteve na génese da criação da referida seguradora, facto suficiente para seguir com redobrada atenção o processo recentemente desencadeado à volta da mesma", avança a Sonangol em comunicado.
A petrolífera garante "total transparência" e disponibilidade para cooperar com a Justiça, sublinhando que isso já está a acontecer, prestando "toda a informação que importa" para que este caso seja esclarecido.
E acrescenta no comunicado estar "disponível para responder às interpelações legais inerentes ao esclarecimento do processo, mas limitando a sua actuação aos imperativos da justiça e do serviço público".
Recorde-se que Carlos São Vicente está constituído arguido desde quarta-feira da passada semana sob suspeita de envolvimento em crimes de peculato e, entre outros, tráfico de influência e branqueamento de capitais, depois de uma sua conta ter sido congelada na Suíça com 90 milhões USD, onde recai ainda a possibilidade de lavagem de dinheiro.
Os edifícios da antiga seguradora AAA, actualmente detidos pela AAA Activos, de São Vicente, excepto os que estão sob responsabilidade do Ministério da Justiça, bem como as redes de hotéis IU e IKA, e ainda outros edifícios na cidade de Luanda e 59% da participação desta no Standard Bank Angola, foram já apreendidos pela PGR no âmbito deste processo.
Da seguradora AAA, que foi entretanto liquidada, a Sonangol é detentora de 10%, pertencendo os restantes 90% a São Vicente, sendo que, no arranque, em 2000, esta era de 100% da petrolífera.