Com este ataque aéreo que, segundo as autoridades indianas, matou "muitas dezenas" de membros do grupo que reivindicou o ataque contra um grupo de soldados indianos na área de Caxemira controlada pela Índia, Nova Deli dá a resposta que, logo após, o ataque do JeM, foram prometida pelo próprio primeiro-ministro Narendra Modi.

A Índia e o Paquistão alimentam desde 1947 um conflito de baixa densidade na zona de fronteira em Caxemira, território que foi dividido pelos dois países, criados aquando da independência do império indiano britânico, e que ainda hoje gera permanentes quezílias por causa da disputa territorial.

Com a permanente ameaça de guerra, tanto a Índia como o Paquistão desenvolveram sofisticados programas nucleares a ponto de hoje a região estar pejada de ogivas atómicas, contando-se mais de 400 divididas pelas duas potências nucleares.

O ataque da Força Aérea indiana atingiu, garante Nova Deli, o maior campo de treinos do JeM na região, embora Islamabad tenha reagido de imediato garantindo que o sistema antiaéreo repeliu os jactos indianos com sucesso e estes não causaram vítimas.

Todavia, a tensão é evidente e, de novo, voltou a pairar a sombra de um possível uso de armas nucleares, até porque as bombas largadas pelos aviões indianos caíram numa zona fora do território de Caxemira disputado entre os dois países, em Balakot, na província de Khyber Pakhtunkhwa.

Face a este perigo real, a China pediu hoje aos dois países, sendo que o Paquistão é um assumido aliado de Pequim, para optarem pela moderação como única via para evitar o descalabro.

"Nós esperamos que a Índia e o Paquistão tenham contenção e ajam de maneira a estabilizar a situação na região e melhorem as suas relações, e não o contrário", disse à imprensa o porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang.

Para Pequim, "a luta contra o terrorismo é uma questão global e um desafio global que requer a cooperação de diferentes Estados".

"Condições favoráveis devem estar em vigor para fomentar a cooperação internacional", disse Lu.