Em comunicado, o Facebook fez saber, a partir de Joanesburgo, na África do Sul, que esta campanha tem como mote "Juntos contra a Desinformação" e o método passa por fornecer aos utilizadores desta rede social ferramentas de descodificação de notícias falsas e informação desvirtuada ou manipulada.

A campanha é dirigida a alguns dos países onde a desinformação atinge níveis mais elevados, muitas vezes com ligações a crenças culturais que não respeitam a ciência moderna, prometendo a rede social de Mark Zuckerberg informar em tempo real os utilizadores sobre novidades relacionadas com as vacinas com a triagem de eventuais "fakes".

Pelo menos para já, esta campanha deixa de fora todos os países de língua oficial portuguesa

"Trata-se de um combate agressivo contra a desinformação", assegurou Aïda Ndiaye, directora de Políticas Públicas da empresa, citada pela Lusa a partir do comunicado do Facebook.

"Vamos continuar a trabalhar com especialistas da indústria e pessoas nas nossas plataformas para assegurar que estamos a combater agressivamente a desinformação, e a dar às pessoas recursos adicionais para escrutinar os conteúdos que vêem online, ajudando-as a decidir o que ler, confiar e partilhar", acrescentou.

O escritório regional para África da OMS tem também em funcionamento desde fim de Março a campanha "Viral Facts Africa", a primeira iniciativa africana para combater a desinformação "online" sobre saúde.

De acordo com a OMS África, a Viral Facts Africa vai aproveitar os conhecimentos e o alcance de uma rede de 14 organizações para combater a desinformação em torno da vacinação contra a covid-19.

A iniciativa prevê a verificação de factos de saúde, explicadores, desmistificação de falsas ideias e mensagens de literacia de desinformação que serão otimizadas para serem partilhadas no Facebook, Twitter e Instagram.

"As falsas alegações podem espalhar-se mais rapidamente do que a própria covid-19, muitas vezes porque são simples, visuais e exploram as nossas emoções", defendeu durante o lançamento a directora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.

Por isso, prosseguiu, a "'Viral Facts África' visa desmascarar rapidamente os mitos e ajudar as pessoas a separar os factos que salvam vidas".

Informação sobre covid-19 foi partilhada e vista mais de 16 mil milhões de vezes e mencionada mais de 6 milhões de vezes no Twitter e em sites de notícias na Internet entre Novembro de 2020 e Março de 2021 nos 47 países da região Africana da OMS, segundo o UN Global Pulse, a iniciativa global do secretário-geral das Nações Unidas sobre grandes dados e inteligência artificial.

Do mesmo modo, na região africana da OMS, as menções às vacinas aumentaram mais de 300%, para mais de 675 000 entre Dezembro de 2020 e Fevereiro de 2021, em comparação com os dois meses anteriores.

Durante a fase de testes, os serviços da Viral Facts Africa foram vistos mais de 20 milhões de vezes nos meios de comunicação social.

Os serviços estão abertos a qualquer pessoa e disponíveis em inglês e francês, estando prevista a inclusão de mais línguas.

A Viral Facts Africa faz parte da África Infodemic Response Alliance (AIRA), uma rede da OMS, que coordena acções e reúne recursos para combater a desinformação sobre pandemia de covid-19 e outras emergências de saúde em África.